Oliva com futuro?
Os trabalhadores da Oliva, que sempre acreditaram na viabilização da empresa, vêem finalmente o fruto de três anos de luta.
Sendo certo que não
se pode dizer que a situação da empresa é hoje a ideal, a
verdade é que, dentro das condicionantes existentes, é aquela
que no momento dá mais garantias na manutenção dos postos de
trabalho e na defesa dos interesses da região.
Por isso, diz a Comissão Concelhia de S. João da Madeira do
PCP, tinham razão os que consequentemente lutaram por um futuro
para a Oliva, quando muitos já achavam que nada havia a fazer.
Concretamente o PCP e a sua comissão concelhia local tiveram um
papel destacado no acompanhamento, incentivo, denúncia e
pressão junto do poder local e nacional, no sentido da
continuidade da empresa e da salvaguarda dos postos de trabalho.
É, no entanto, «bom ver que agora há muito mais gente a dar a
voz a esta posição». Tanto mais que «o empenhamento de todos
vai ser necessário» para que a viabilização se concretize de
facto e haja uma gestão controlada e eficaz durante o próximo
ano; que os cerca de 400 trabalhadores que há dezenas de anos
pertencem à Oliva vendida não vejam desrespeitados os seus
direitos; e que os 400 trabalhadores que ficarão na «Oliva
Fundição» possam trabalhar e cumprir a carteira de encomendas,
sem sobressaltos provocados por apetites imobiliários.
Aliás, esta «apetência para a construção imobiliária» na
zona terá que ser combatida, sublinham os comunistas. E cabe aos
partidos políticos e à autarquia local, prosseguem, a
responsabilidade de impedir a especulação imibiliária,
designadamente através do cumprimento da recomendação aprovada
na Assembleia Municipal, no sentido da revisão do PDM, de forma
a inviabilizar a construção habitacional na zona e a abertura
de uma rua pelo interior das instalações da Oliva.