Músicos
criticam
gestão do S. Carlos
O Sindicato dos Músicos acusa a direcção do São Carlos de gerir o teatro de uma forma burocrática, criticando ainda a falta de projecto para Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP), actualmente sem maestro depois do despedimento de Álvaro Cassuto.
Em declarações à
Lusa, Adriano Aguiar, do Sindicato dos Músicos, sublinhou que o
decreto de 1998, que reintegrou a orquestra do São Carlos, veio
trazer estabilidade, regularizando a siituação laboral dos
músicos. Como recordou, estes «estiveram a trabalhar a recibos
verdes desde 1993 até Janeiro de 1997, altura em que foram
integrados nos quadros do Teatro.
O tipo de contratação anterior, mantido pelo PSD, nomeadamente
pela secretária de Estado Maria José Nogueira Pinto, era
completamente ilegal, afirmou o sindicalista a propósito das
críticas que a deputada do CDS/PP tem feito à reintegração da
OSP no Teatro, matéria que esteve foco ontem no Parlamento,
durante o debate sobre a Lei Orgânica do S. Carlos.
Mas apesar de concordar com a medida, o Sindicato está
preocupado com o modelo de gestão que está a ser aplicado,
notando «um aumento da burocracia, com a obrigatoriedade de
preencher papéis para resolver até pequenos assuntos».
Sobre a saída polémica do maestro Álvaro Cassuto, o Sindicato
mantém a sua posição de «não poder apoiar o ex-titular nas
suas pretensões de regressar à orquestra porque representou
também o reinado do terror instalado aquando da criação da
orquestra», em 1993. «É estranho que Álvaro Cassuto venha
agora a público afirmar-se funcionário do Teatro São Carlos,
quando durante muito tempo foi defensor dos recibos verdes para
os músicos da orquestra», disse à Agência Lusa, Adriano
Aguiar.
O Sindicato considera ainda importante o aumento dos efectivos da
orquestra, a qual «deveria ter no mínimo mais 50 músicos para
dedicar-se à ópera, ao bailado e aos concertos sinfónicos, que
exigem um efectivo mínimo de 80 músicos».