Volkswagen
indemniza
trabalhadores forçados
A construtora automóvel alemã Volkswagen vai indemnizar os trabalhadores forçados que utilizou no período nazi, juntando-se assim ao processo de indemnização geral que está a ser levado a cabo pela indústria alemã.
A Volkswagen - a
primeira empresa a criar um fundo privado para as
indemnizações, iniciativa seguida posteriormente pela Siemens -
enfrenta juntamente com vários outros grupos industriais
alemães uma queixa colectiva apresentada na justiça dos Estados
Unidos por antigos trabalhadores forçados.
Embora as notícias referentes a este processo sejam apresentadas
normalmente como «indemnizações aos judeus», o facto é que o
recurso ao trabalho forçado não atingiu apenas judeus. Na
época nazi, a Volkswagen utilizou entre 15 mil e 20 mil pessoas
em regime de trabalhos forçados nos anos de 1944 e 1945, entre
os quais apenas 1.500 eram judeus.
A quase totalidade da indústria alemã recorreu nesse período a
trabalho forçado, estimando-se que no pico do esforço de
guerra, em Agosto de 1944, trabalhavam em empresas alemãs 7,65
milhões de trabalhadores forçados e 600 mil deportados de
campos de concentração.
O grupo de Wolfsburg começou em Dezembro a entregar 10 mil
marcos (1.025 contos) a polacos e holandeses que empregou à
força durante o III Reich. O dinheiro saiu de um fundo de
indemnização privado de 20 milhões de marcos (2,05 milhões de
contos) criado em Setembro e dirigido pelo antigo
primeiro-ministro israelita Shimon Peres.
Segundo notícias divulgadas pela Lusa, a Alemanha apresentou a
semana passada em Nova Iorque um projecto de acordo-quadro para
regularizar a questão dos trabalhadores forçados durante o
nazismo, mas até ao momento não foi fixado qualquer montante.
A violência da extrema-direita alemã continua entretanto a
fazer-se sentir contra os estrangeiros residentes no país. Um
argelino de 28 anos foi assassinado no sábado em Guben, no Leste
da Alemanha, depois de agredido por cinco jovens com idades
compreendidas entre os 17 e os 18 anos, já conhecidos da
polícia por terem participado noutros confrontos. Também a
região de Brandenburgo, nordeste do país, tem sido palco de
agressões violentas nos últimos meses contra estrangeiros.