Guerra das
bananas
PE
condena represálias dos EUA
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução que condena as medidas de represália unilaterais anunciadas pelos EUA, na sequência do litígio sobre o regime europeu de importação de bananas, e apoia a posição da Comissão Europeia.
Os Estados Unidos
ameaçaram de taxar a 100 por cento, já a partir de 3 de Março,
certos produtos europeus, como retaliação à recusa da
Comissão Europeia de reformular o seu regime de importações de
bananas.
Esta decisão dos EUA, como sublinhou na sessão do PE o deputado
comunista, Honório Novo, insere-se numa ofensiva que visa
«destruir qualquer regime de apoio à banana comunitária e
aniquilar o que ainda resta desta produção em regiões pouco
desenvolvidas e ultraperiféricas, como acontece na Madeira».
A serem aplicadas, as novas barreiras alfandegárias representam
«uma valor próximo dos 500 milhões de euros de direitos» e
significam «uma proibição do acesso de diversos produtos ao
mercado norte americano, entre os quais se podem citar os
produtos têxteis», frisou Honório Novo.
O deputado do PCP considera ainda que «esta ofensiva visa ainda
preparar novos ataques que obriguem a União Europeia a aceitar a
importação de carne americana tratada com hormonas e de
produtos geneticamente modificados, num total desprezo pela
saúde pública dos consumidores europeus».
Caso a ameaça seja concretizada na data acima referida, a União
Europeia «deve retaliar de forma imediata, restringindo de forma
drástcia o acesso de produtos americanos ao mercado europeu,
assim como deve accionar todos os mecanismos de direito
internacional à sua disposição para repor a legalidade»,
sublinhou Honório Novo.
A resolução do Parlamento Europeu reafirma o seu apoio aos
países ACP (África, caraíbas-Pacífico), dos quais as bananas
são importadas em condições preferenciais no espaço
comunitário.