Política
da água
Preservar
um recurso
O relatório sobre a política da água, aprovado pelo Parlamento Europeu, visa o estabelecimento de normas comunitárias que protejam as águas superficiais e subterrâneas, cuja unidade de gestão é a bacia hidrográfica.
Intervindo no
debate, o deputado Sérgio Ribeiro, apoiou «uma polítcia de
água que promova a racionalização da sua utilização,
priviligiando o controlo nacional da sua procura e não o
acréscimo irracional da sua oferta».
Sobre as bacias hidrográficas, o deputado do PCP sublinhou que
«estas não se seccionam por fronteiras nacionais, tendo o seu
início na nascente e o se termo na foz por mais países que os
rios atravessem».
Sérgio Ribeiro salientou ainda a cooperação que no seio do
Grupo Confederal da Esquerda Unitária se tem verificado entre
deputados espanhóis e portugueses, que se traduziu há poucos
anos num «Manifesto sobre a Água».
Mas se os deputados se revêem no relatório aprovado, o mesmo
não acontece com o convénio recentemente assinado entre
Portugal e Espanha, disse Sérgio Ribeiro, considerando que este
é «um caso em que a dimensão da solidariedade comunitária se
deveria nanifestar e em que se exigiria cooperação entre os
Estados».
Actualmente, cerca de 25 por cento dos rios da Europa são de
fraca ou má qualidade e a fauna aquática escassa ou
inexistente, no que respeita às espécies piscícolas. Por outro
lado, a sobreexploração das águas subterrrâneas verifica-se
em cerca de 60 por cento dos centros industriais e urbanos da
Europa. Em muitas áreas costeiras europeias, a infiltração de
água salgada devido à sobreexploração afecta gravemente os
solos e a água potável. Além do mais, cerca de 25 por cento
dos terrenos agrícolas da UE apresentam concentrações de
nitratos superiores à norma da água potável e 87 por cento dos
terrenos apresentam valores superiores ao objectivo da União
Europeia. Neste quadro, mais do que directivas avulsas, há muito
que se faz sentir a necessidade de uma política coerente da
água.