Sindicalistas no
Porto
Defender
as 35 horas
Cerca de 70 dirigentes e delegados sindicais comunistas do Porto, reuniram recentemente, com a presença do camarada Jerónimo de Sousa, membro da Comissão Política, para discutir a situação política e social e a intervenção do Partido em 1999 junto dos trabalhadores.
No debate, que se
revelou vivo e esclarecedor, Jerónimo de Sousa começou por
chamar a atenção para a necessidade de, a par de um calendário
político sindical muito exigente - 25 de Abril, 1º de Maio,
Congressos da CGTP e da CES -, se continuar a desenvolver a luta
contra o pacote laboral.
Referindo, depois, a importância das próximas eleições para o
Partido e para os trabalhadores e a necessidade de começar desde
já a desmascarar a demagogia do discurso social dos outros
partidos, apelou à intensificação da acção reivindicativa e
à afirmação comunista junto dos trabalhadores. No plano
imediato, o dirigente comunista defendeu uma campanha própria do
PCP em torno do projecto de lei das férias e, em Março, uma
outra em torno dos direitos dos trabalhadores e de importantes
propostas do Partido.
No debate também muitos participantes, com as suas
intervenções, sugestões de trabalho, preocupações e
opiniões várias, contribuiram de forma importante para a
caracterização da situação e linhas de trabalho.
Assim, um camarada chamou a atenção para a gravidade do
desemprego na região, a existência de verdadeiro fascismo em
muitas empresas, as dificuldades na contratação colectiva -
que, fixando mínimos salariais, dizem pouco aos trabalhadores
nas grandes empresas privadas -, concluindo pela necessidade de o
Partido agarrar bem todos estes problemas e assumir com força no
Parlamento Europeu a proposta das 35 horas de trabalho.
Um outro participante sublinhou as batalhas sociais em curso e,
perspectivando uma grande derrota para o governo nesta
legislatura, considerou ser necessário, relativamente às
eleições, pôr os trabalhadores perante os seus interesses. Um
outro chamou a atenção para a importância da organização do
Partido junto dos trabalhadores e para a jornada de luta da
Fequimetal na 1ª quinzena de Março. Um outro, ainda, alerta
para a necessidade de o Partido não deixar cair o que foram
propostas suas (rendimento mínimo e aumento das pensões de
reforma).
A existência de problemas graves na contratação dos
bancários, com perda de direitos, devido às cedências da UGT;
a boa receptividade ao documento do Partido para os trabalhadores
da Administração Pública; a privatização de serviços - «o
PSD é o coveiro em Gaia de 50 anos de serviço público» -
foram outras questões levantadas pela assistência.
Na reunião, os sindicalistas do PCP chamaram ainda a atenção
para a necessidade de impulsionar no distrito as conclusões da
conferência da organização da CGTP, para os importantes
projectos de reestruturação sindical e administrativa
financeira em curso na região e para o papel decisivo dos
comunistas nestes processos.
Foi, de facto, uma boa reunião de trabalho, com um largo
consenso nos presentes sobre as questões fundamentais e
direcções prioritárias de trabalho e com uma vontade comum
muito clara de trabalhar mais e melhor na defesa dos
trabalhadores e no reforço do PCP.