Não vendam os bens da Regina!


Os trabalhadores da Fábrica de Chocolates Regina concentram-se hoje à tarde junto à repartição de Finanças do 6º Bairro Fiscal de Lisboa, na Rua dos Lusíadas, para tentarem impedir a venda de bens da empresa em hasta pública, decidida pelo Ministério de Sousa Franco. Vão também reclamar que o primeiro-ministro os receba em audiência e que seja formada, com urgência, uma comissão para analisar o processo de viabilização da Regina, garantindo os postos de trabalho.

Na próxima quinta-feira, dia 11, o pessoal da Regina voltará a concentrar-se junto ao Ministério da Economia e, no dia 25, vai integrar-se na acção nacional convocada pela CGTP, reunindo-se no Rossio a partir das 14 horas.
Estas acções foram decididas em plenário realizado dia 25 de Fevereiro, revelou o sindicato das Indústrias de Alimentação do Sul e Tabacos, que num comunicado à imprensa reafirmou a solução defendida pelos trabalhadores: reunir os maiores credores, para discutir a possibilidade de um processo de viabilização.
O sindicato acusa as instituições governamentais de, em vez de servirem de exemplo de cumprimento das leis, ignorarem «por completo» que a Regina foi declarada pelo Ministério do Emprego, em 29 de Novembro de 1995, uma empresa com salários em atraso. Não obstante, «o Governo permite que a empresa Imperial fabrique produtos com a marca "Regina" e que os gestores da empresa, responsáveis pela situação actual, através de uma sociedade comercial "Nova Rainha", os comercializem e daí obtenham lucros, através do prestígio que a marca ainda tem no mercado».

Casa Hipólito

Em risco de desemprego estão também centenas de trabalhadores da Casa Hipólito, de Torres Vedras, e a sua dramática situação ia ser exposta ontem à tarde, em conferência de imprensa convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Lisboa.


«Avante!» Nº 1318 - 4.Março.1999