Desarticulação
sai cara à CP
O reconhecimento de que foi seguida uma opção errada para a modernização da Linha do Norte, os rumores de alienação a privados de alguns segmentos de actividade e o atraso na estação do Cais do Sodré são casos que, tal como «outros que diariamente acontecem, estão «intimamente ligados ao modelo de gestão que o Governo adoptou e que criou, entre outras coisas, uma desarticulação entre os diversos sectores de actividade do sistema ferroviário».
Esta opinião da
Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Ferroviários
Portugueses foi dada a conhecer na semana passada, numa nota à
comunicação social, em que a Comissão Executiva daquela
estrutura sectorial da CGTP comentava o impasse, revelado
publicamente, dos responsáveis da Refer quanto à modernização
da Linha do Norte. «Tal como os técnicos da CP tinham
advertido, sem conseguirem ser ouvidos, a plataforma geológica
onde assente a velha Linha do Norte não oferece condições
mínimas de consistência nem estabilidade necessárias para
velocidades da ordem dos 220 km/h», constata a FSTFP, lembrando
que «os engenheiros da casa defendiam que a referida plataforma
não oferecia as condições mínimas de segurança, pelo que
optavam pela construção de uma nova linha, ficando a velha a
funcionar como alternativa estratégica».
Perante o reconhecimento, agora generalizado, de que foi errada a
opção pelos «doutos pareceres de técnicos estranhos à CP,
que se fizeram pagar a peso de ouro», a federação nota que
«os senhores administradores e os senhores governantes que
tomaram a decisão errada vão continuar a viver nas calmas, sem
que ninguém lhes peça contas».