Homenagem aos tarrafalistas
Centenas de pessoas participaram, na manhã de sábado passado, na homenagem aos tarrafalistas, junto do mausoléu, no cemitério do Alto de S. João.
Organizada pelos
tarrafalistas, com o apoio da URAP, a romagem foi uma homenagem
aos que caíram no campo de morte lenta do Tarrafal, em
Cabo Verde, em que se recordou «as arbitrariedades de que foram
vítimas, as torturas, os trabalhos forçados, as doenças e as
mortes daqueles que apenas queriam que Portugal fosse livre e
democrático», como sublinhou Armindo Guimarães, dirigente da
URAP.
«O funeral dos restos mortais, trasladados de Cabo Verde para
Lisboa, no dia 18 de Fevereiro de 1975, foi dos acontecimentos
mais emocionantes da Revolução de Abril, com um imenso cortejo
de mulheres, homens e jovens que naquele dia, debaixo de uma
chuva impiedosa, num dia de temporal, acompanharam aqueles
heróis da luta anti-fascista à sua última morada», lembrou
ainda o orador.
Armindo Guimarães, sobrevivente tarrafalista, a quem coube a
intervenção central, apresentou uma proposta, a dirigir ao
governo e à Assembleia da república, para que o dia 18 de
Fevereiro passe a ser oficialmente reconhecido como o Dia
Nacional do Resistente. Uma proposta aprovada por unanimidade e
aclamação, e saudada com o slogan «Fascismo nunca mais, 25 de
Abril sempre!»
A homenagem - em que estiveram presentes sobreviventes do
Tarrafal, membros da Direcção da URAP, vários núcleos da URAP
e associações - foi encerrada com a deposição de coroas de
flores de diversas organizações no mausoléu dos tarrafalistas.