Kosovo
O
«massacre»
que não existiu
Os resultados das autópsias aos 45 albaneses mortos em 15 de Janeiro em Racak, no Kosovo, «demonstram formalmente que as vítimas foram mortas por balas disparadas à distância e que os seus ferimentos ocorreram quando estavam vivos, não tendo sido, portanto, alvos de execução ou de massacre».
A conclusão dos
médicos legistas foi apresentada a semana passada em Belgrado,
num encontro entre os especialistas e o ministro sérvio da
Justiça, Dragoljub Jankovic, mas não suscitou grande interesse
por parte da comunicação social que, à data dos
acontecimentos, não hesitou em divulgar as acusações do chefe
da missão de verificação do Kosovo (KVM) da Organização para
a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), William Walker.
Recorda-se que Walker acusou as forças de segurança jugoslavas
de terem «massacrado» os 45 civis, o que desde a primeira hora
foi negado por Belgrado. As autoridades jugoslavas sempre
afirmaram que as vítimas eram separatistas do Exército de
Libertação do Kosovo (UCK) mortos em combate, posteriormente
sujeitas a uma macabra encenação para atribuir aos sérvios um
alegado «crime contra a humanidade».
De acordo com os resultados agora divulgados, existe
«unanimidade de pontos de vista» entre os peritos jugoslavos,
bielorrussos e finlandeses que efectuaram as autópsias, apesar
destes últimos não terem ainda assinado os documentos com as
conclusões por desejarem proceder a análises suplementares. Os
médicos legistas trabalharam na presença de observadores da
OSCE.