Desfile da JCP no Porto
Em luta pelo futuro


As ruas do Porto encheram-se de muitas centenas de jovens comunistas, no passado sábado, numa grande e inequívoca afirmação de força, convicção e alegria. A iniciativa começou com um desfile e terminou com um concerto da banda Zen, contando com as intervenções de Carlos Carvalhas e de José Pedro Rodrigues, membro da Direcção Distrital do Porto da JCP.

O Porto assistiu no último sábado a duas iniciativas que, pela participação e pela forma como decorreram, testemunham o empenho da JCP em prolongar os ideais, os valores e a força do PCP.
«Em luta pelo futuro»: este era o tema da acção, a propósito do 6º Congresso dos jovens comunistas que terá lugar nos próximos dias 27 e 28 na Escola C+S António da Costa, em Almada.
A Praça da Batalha foi-se enchendo de jovens, de bandeiras vermelhas e de faixas que traduziam as propostas e as reivindicações da juventude de âmbito nacional e regional. Antevia-se um desfile cheio de animação.
As perspectivas confirmaram-se. Até ao Jardim do Infante, através de algumas das mais movimentadas ruas da cidade, a arruada não deixou dúvidas a quem a viu passar quanto ao papel fundamental da JCP na sociedade portuguesa. «O nosso Partido tem um grande futuro», ouviu-se durante o desfile.
Capoeira, malabarismo e grafitti foram alguns dos elementos que transformaram as ruas do Porto, sempre ao som dos jambés e inevitavelmente de palavras de ordem da JCP.
Na sua intervenção, Carlos Carvalhas defendeu que a juventude «não pode ser sacrificada por políticas erradas» e apelou à participação dos jovens nas campanhas eleitorais para o Parlamento Europeu e para a Assembleia da República. «Portugal só terá a ganhar com o reforço do PCP e da CDU», afirmou o dirigente comunista.
A educação foi um dos temas focados pelo secretário-geral do PCP, que acusou o Governo de esquecer a sua «paixão». Para Carvalhas, o primeiro-ministro «na campanha eleitoral, estava muito preocupado com a juventude e tinha uma paixão pela educação, mas, por este caminho, a paixão acaba no caixão».
Esta é uma das grandes preocupações da JCP, como reflectiam algumas faixas: «Propinas não, bolsas sim» e «Educação, onde está a paixão?».
Mas a juventude debate-se com outros problemas, como o novo pacote laboral. «Que etiqueta socialista é esta que no 25º aniversário do 25 de Abril premeia os jovens trabalhadores com leis que são uma regressão social?», questionou Carvalhas.
A noite terminou em grande estilo com um concerto dos portuenses Zen no Mercado Ferreira Borges, a que assistiu cerca de quatro mil pessoas. Como afirmou Carvalhas no fim do seu discurso, «assim se vê a força da JCP!». E viu-se!


«Avante!» Nº 1318 - 4.Março.1999