Por proposta dos
deputados do PCP
PE
aprova alargamento
da reserva exclusiva de pescas
A aprovação pelo Parlamento Europeu da proposta apresentada pelos deputados do PCP que preconiza o alargamento da reserva exclusiva de pesca para as 24 milhas, marca uma nova orientação política que poderá beneficiar os pescadores e armadores portugueses.
A proposta
apresentada pelo deputado Honório Novo considera que «para
garantir uma política adequada de descentralização é
fundamental manter como reserva exclusiva de soberania dos
Estados ribeirinhos o acesso ao mar territorial das 12 milhas,
bem como, igualmente, a necessidade de estender esta reserva às
24 milhas».
Com a sua inclusão no relatório Gallegher sobre a
regionalização da Política Comum de Pescas, que foi discutido
e aprovado na passada semana durante a mini-sessão em Bruxelas,
o Parlamento assume uma posição inédita, considerada essencial
para o sector das pescas nacional.
Honório Novo salientou a importância deste passo considerando-o
«decisivo para a implementação de uma política de
regionalização tal como a entendemos, isto é com uma
aplicação do princípio da subsidiaridade à Política Comum de
Pescas, através do aprofundamento das descentralização que se
traduza na possibilidade dos Estados membros adaptarem
orientações gerais de preservação de stocks e de controlo da
política comum, e determinarem, em conjunto com o sector e a
Comissão Europeia, as medidas concretas no plano regional e ou
nacional que se revelem adequadas para entroncar em objectivos
mais gerais».
Contudo, referiu, esta não é a perspectiva de regionalização
do relatório, onde surge como «um conceito muito nebuloso e
insuficientemente caracterizado e que parece consistir mais em
dividir mares e partes de oceanos e subzonas a serem entregues a
uma gestão partilhada e assumida por grupos variáveis de
países, de acordo com a localização geográfica daquelas
divisões».
O deputado do PCP explicou que rejeita aquela perspectiva de
regionalização porque nela «a definição de orientações
seria plena e desligada de uma discussão conjunta e abarcaria a
quase totalidade das vertentes hoje no domínio da Política
Comum de Pescas», resultando daí «evidentes desequilíbrios e
discriminações».