78º Aniversário do PCP
Carlos
Carvalhas no Comício do Pavilhão Carlos Lopes:
PCP está
sempre na primeira linha de combate
Numa sala decorada de vermelho, onde centenas de bandeiras do PCP se agitavam ao som do entusiasmo, milhares de comunistas comemoraram, no sábado passado, o 78º aniversário do PCP. Antecedido de um momento musical, o comício do PCP, realizado no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, contou com a intervenção de Ilda Figueiredo, cabeça da lista CDU às eleições europeias e de Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP.
As pessoas
começaram cedo a afluir ao Pavilhão dos Desportos. Muitas,
fazendo tempo, entretinham-se a confraternizar e «matar
saudades» com camaradas e amigos que, não vendo todos os dias,
habitualmente encontram nas grandes iniciativas do Partido.
À entrada, uma banca lembrava aos participantes a Campanha
Nacional de Fundos em curso.
Foi, porém, com uma sala já cheia, que o coro alentejano entoou
os seus cantares, vivamente aplaudidos. Seguiu-se Carlos Alberto
Moniz com canções de resistência e intervenção que trouxeram
lágrimas aos olhos de muitos participantes. «Lágrimas de
alegria por se pertencer a este grande colectivo que é o Partido
Comunista Português, um Partido que há 78 anos luta por uma
sociedade mais justa», nas palavras de uma militante que viveu a
dureza do fascismo. Mas emoção podia-se também ver nos rostos
dos que, à data do 25 de Abril, não passavam de jovens a
despertar para a vida e dos que, tendo já nascido em democracia,
conhecem por pais e avós a saga do povo português pela
liberdade e pela democracia.
A alegria, o entusiasmo, a confiança foram, aliás, tónicas
dominantes do comício que iniciou com a assistência a cantar em
uníssono a «Internacional» e foi presidido por Deolinda
Santos, membro do Comité Central.
A primeira oradora,
Ilda Figueiredo, foi acolhida com calorosos aplausos. Antes,
porém, de lhe ser dada a palavra, os comunistas e democratas
presentes no comício evocaram o grande dirigente do Partido que
foi Octávio Pato, recentemente desaparecido, gritando: «A luta
continua! A luta continua!»
Só depois falou a cabeça de lista da CDU ao Parlamento Europeu,
para assegurar o seu empenho na batalha eleitoral que se
aproxima. Entretanto haviam chegado ao comício numerosas
saudações de organismos e células do Partido, enunciadas por
Deolinda Santos.
O papel do PCP
Por fim, Carlos
Carvalhas, ao longo de uma intervenção que teve a atenção
permanente dos presentes, falou do motivo que ali os reunia.
«Celebramos o papel inconfundível na luta do povo português de
um Partido, que esteve sempre na primeira linha de combate»,
disse. Combate «por direitos, garantias, transformações e
avanços de civilização que hoje para muitos portugueses e para
as novas gerações são tão naturais como o ar que se respira,
mas que custaram muito trabalho, muita determinação e muitos
sacrifícios.»
A denúncia da política neoliberal que o PS, em conivência com
a direita, está a desenvolver; o papel do PCP na luta dos
trabalhadores pela satisfação de justas reivindicações; a
necessidade de dar combate ao pacote laboral que o Governo e o
patronato querem impor; as eleições para o Parlamento Europeu e
a importância de um bom resultado da CDU de forma a dar novo
rumo à construção europeia; o reforço do PCP como essencial
para uma viragem na política nacional foram questões
exaustivamente analisadas pelo Secretário-geral do PCP.
Pela proximidade do Dia Internacional da Mulher, na segunda-feira
comemorado, a participação das mulheres a todos os níveis da
vida nacional e o papel do PCP na luta pela concretização dos
seus direitos, mereceu contudo, de Carlos Carvalhas uma abordagem
especial .
Designadamente em relação à lei das «quotas» que
recentemente foi votada na Assembleia da República, disse o
dirigente comunista: «Com a autoridade e a credibilidade de
sermos o Partido que, como é reconhecido, tem feito um maior
esforço e apresenta melhores indicadores de participação
feminina, do que discordámos foi da opção de se querer
resolver por via de uma imposição legal aquilo que a nosso ver,
devia e deve ser um compromisso livre e responsavelmente assumido
pelos partidos.»
E foi assim, com a assembleia a entoar o «Avante, camarada!» e
o hino nacional, que terminou a comemoração de mais este
aniversário do PCP, partido com 78 anos de vida e os olhos
postos no futuro.