4ª Assembleia de Aveiro
Distrito está mais rico mas mais desigual


Com a presença do Secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, realizou-se, no passado sábado, em Aveiro, a 4ª Assembleia da Organização Regional de Aveiro do PCP.

A mesa eleita pelos delegados integrava, para além de Carlos Carvalhas, membros da Comissão Executiva da DORAV cessante, Sérgio Teixeira, membro da Comissão Política e responsável pelo Organismo Inter-Regional das Beiras, e Francisco Lopes, membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central.
A abrir os trabalhos, António Salavessa fez o balanço da actividade da organização desde 1994 e analisou as mudanças ocorridas na realidade do País e do distrito.
«Apesar do significativo crescimento económico» que o distrito de Aveiro sofreu, o que podemos verificar, disse, é que ele «está mais rico mas mais desigual», pois o crescimento «não tem sido aplicado na melhoria das condições e qualidade de vida dos trabalhadores e da população», servindo apenas «a concentração da riqueza nas mãos do capital».
Depois de enumerar as lutas dos trabalhadores dos vários sectores de actividade, Salavessa sublinhou a intervenção positiva do PCP nas várias instâncias institucionais, «geralmente reconhecida como sendo de qualidade, conhecedora dos problemas e ligada às aspirações das populações».
Por fim, este dirigente da DORAV virou a sua intervenção para a existência de uma «realidade organizativa ainda difícil» mas que, nos últimos meses, aponta «para a possibilidade de uma evolução francamente positiva».
Lançado o debate, os 108 delegados presentes no auditório do Centro Cultural e de Congressos, onde a Assembleia decorreu, prosseguiram a discussão em torno do projecto de Resolução Política que havia já sido motivo de análise por todas as organizações do Partido no distrito.
Este documento-base define orientações e objectivos de trabalho virados para o reforço organizativo mas tendentes a uma maior ligação do PCP aos trabalhadores e à população, a uma maior iniciativa política e à melhoria da intervenção dos comunistas, designadamente nos actos eleitorais que em 1999 se irão realizar para o Parlamento Europeu e para a Assembleia da República.
Começando por caracterizar económica e socialmente o distrito, o projecto de Resolução apresenta uma exaustiva relação das propostas que os comunistas defendem para Aveiro e que vão dos direitos dos trabalhadores à saúde, à educação e ao ensino, da justiça e segurança dos cidadãos ao ambiente, da indústria, às pescas, à agro-pecuária ou ao turismo.
A necessidade de maior descentralização e desconcentração dos diversos serviços dependentes do Poder Central, as infra-estruturas e os projectos estruturantes foram outras questões analiasadas neste importante documento que termina apontando direcções de luta e medidas organizativas com vista ao reforço do PCP na região.
Findo o debate, que se revelou de grande vivacidade, a Resolução Política - objecto de 13 alterações produzidas pelos delegados e que se juntaram às cerca de cinco dezenas de outras alterações introduzidas quando da discussão nas organizações -, foi aprovada por unanimidade.
Antes, em sessão reservada exclusivamente aos delegados, havia já sido eleita a nova DORAV, um colectivo amplo, agora constituído por 56 elementos, 18 dos quais não faziam parte da direcção anterior.
Este órgão máximo do PCP no distrito, cuja primeira reunião está agendada para 19 de Março, surge assim renovado e rejuvenescido, registando a participação de sectores sociais anteriormente ausentes, nomeadamente operários das indústrias do calçado, da cortiça, do material eléctrico e da construção civil, e aumentando o número de jovens e mulheres.
Após a apresentação pública da Direcção Regional, a Assembleia encerrou com uma intervenção de Carlos Carvalhas, alusiva aos trabalhos e ao actual momento político.