1º
Congresso do SEP aponta acções de luta
Enfermeiros
exigem
resposta urgente da ministra
As resoluções do congresso foram comunicadas a Maria de Belém, de quem o sindicato espera o anúncio de decisões positivas na reunião que está agendada para o próximo dia 16, terça-feira. Caso as respostas às reinvindicações prioritárias não surjam, serão decididas formas de luta.
Uma das opções da
maior organização sindical dos enfermeiros poderá ser a
marcação de uma paralisação a nível nacional.
A exigência de uma resposta da ministra da Saúde prende-se com
a falta de consagração em lei de diversos compromissos
assumidos pelo Governo há precisamente um ano, no acordo que
firmou com a comissão negociadora sindical dos enfermeiros (que
integra o SEP e o sindicato da RA da Madeira).
Entre estas, adiantou ao «Avante!» o sindicalista José Carlos
Martins, encontram-se a compensação pelo risco e penosidade da
profissão, através da reforma ao fim de 30 anos de serviço e
de um seguro profissional. O coordenador do SEP referiu ainda a
contagem do tempo de serviço dos enfermeiros com vínculos
precários; a reposição da paridade entre os valores salariais
estipulados para as categorias mais baixas e mais altas da
carreira de enfermagem e das carreiras técnica e técnica
superior da Administração Pública; e a negociação e
publicação dos diplomas legais sobre a formação em
Enfermagem, cuja alteração já foi aprovada em Conselho de
Ministros, consagrando um curso de 4 anos, num só ciclo e
concedendo o grau de licenciatura.
O 1º Congresso do SEP realizou-se de sexta-feira a domingo
passados, em Lisboa, com a participação de 400 delegados de
todo o País.
Os documentos em debate no Forum Lisboa e na fase preparatória
do congresso resultaram em resoluções político-sindicais, que
vão balizar a actividade do sindicato nos próximos anos:
Reformas da Saúde, intervenção dos enfermeiros; Condições de
trabalho e protecção social dos enfermeiros; Formação e
desenvolvimento profissional; A Enfermagem e o papel das
organizações profissionais.
Greve
nos seguros
Nas vésperas do
congresso, foi anunciada pelo SEP a marcação de uma greve dos
enfermeiros que exercem funções na indústria seguradora,
depois de a associação patronal do sector ter recusado definir
o calendário para as negociações da revisão do contrato
colectivo em vigor no sector. Na reunião de dia 3, a
Associação Portuguesa de Seguradores «voltou a afirmar a sua
indisponibilidade para apresentar qualquer tipo de contraproposta
negocial ou de negociar a proposta apresentada pelo SEP em
Dezembro de 1997», informou o sindicato.
A APS, «inadmissivelmente», faz depender as negociações
referentes aos enfermeiros do processo dos restantes
trabalhadores dos seguros - o qual ainda nem está agendado. O
SEP defende a especificidade do sector da Saúde, cujas
reivindicações não devem ser englobadas num processo mais
geral, «como se, por acaso, fazer seguros fosse a mesma coisa
que prestar cuidados de saúde».
A greve, de dois dias, foi marcada para 26 e 29 de Março, dando
seguimento ao processo reivindicativo decidido em Janeiro, num
plenário de enfermeiros das seguradoras. A carreira de
Enfermagem nos seguros é considerada pelo SEP como
«profundamente desajustada da realidade», nomeadamente por
comparação com a carreira pública e mesmo com carreiras de
sectores congéneres.