Greve geral no Equador


Os sindicatos do Equador decretaram para ontem, hoje e amanhã uma greve geral de protesto contra as medidas económicas decretadas pelo Governo.

A braços com uma das mais graves crises económicas dos últimos 50 anos, o Governo do Equador foi forçado a encerrar os bancos no início da semana, numa tentativa para controlar subida desenfreada do dólar e evitar a especulação desencadeada pelas medidas económicas de emergência que tem vindo a implementar.
Para minimizar os efeitos da greve, o executivo admitia decretar feriado os dias 10,11 e 12, tal como fez aquando da greve de 5 de Fevereiro último.
As medidas do Governo de Jamil Mahuad de pouco servem face a uma realidade que está a deixar a população desesperada. O aumento vertiginoso do dólar, em relação ao qual a moeda nacional se desvalorizou 90 por cento, provou uma escalada dos preços dos produtos e serviços, o que somado ao congelamento dos salários está a provocar o caos social. A classe média equatoriana, que representa cerca de 20 por cento da população) está a converter-se rapidamente em «novos pobres», um grupo que segundo os sociólogos abrange já cerca de 70 por cento dos equatorianos.
Com uma inflação superior a 40 por cento, o nível de vida degrada-se todos os dias, dando lugar ao protesto generalizado e também a um aumento preocupante da violência. Nos últimos dias as forças de segurança pública foram chamadas a intervir em várias cidades para evitar o saque de estabelecimentos comerciais.
Entretanto, fábricas, empresas e distribuidores de artigos importados estão a fechar as portas a a parar a sua produção, enquanto muitos estabelecimentos suspendem o atendimento público para actualização de preços.


«Avante!» Nº 1319 - 11.Março.1999