TAP
Comunistas pedem sindicância
Os trabalhadores comunistas da TAP, preocupados com o rumo que está a ser dado à empresa, consideram que não existe outra alternativa que não seja pedir ao ministro da Tutela uma sindicância.
Mercê do esforço
dos trabalhadores, a TAP constituiu-se durante quase meio século
como a grande empresa de transporte aéreo de Portugal, pelo que
não surpreende - diz o PCP - que sejam os trabalhadores a tentar
preservar o que tanto custou a construir e a denunciar o que se
encontra mal.
Aliás, foi o facto de oportunamnete terem alertado para os
resultados da implementação do acordo TAP/SWISSAIR, que levou
à correcção de alguns resultados menos bons, ainda que tenha
ficado sem resposta se o custo desta operação não terá
implicado a redução do valor da TAP.
Entretanto, subsistem preocupações ligadas ao processo de
alienação das vendas a bordo, designadamente quanto à
aplicação do acordo entre a TAP e as Lojas Francas. É que, por
exemplo, as razões que o Conselho de Administração aponta para
a alienação do serviço de vendas a bordo vêm precisamente
justificar que elas sejam assumidas enquanto serviço da TAP. Por
outro lado, os reflexos da abolição do «Duty Free» serão os
mesmos quer sejam as Lojas Francas ou a TAP a explorar o
negócio.
Entretanto, algumas das medidas que o Governo PS tem vindo a
tomar são demonstrativas da sua obsessão de rapidamente
privatizar a empresa. É a suspensão, em Janeiro, dos vôos da
companhia para Ponta Delgada - determinando a perda de 20 postos
de trabalho -, ou a substituição do sistema de reservas
Tapmatic pelo sistema PARS da Swissair, verificada em Novembro de
1998, cujo aluguer representa um encargo anual para a empresa
avaliado em um milhão de contos.
Notícias veiculadas pelos órgãos de comunicação, que referem
negociações entre o Governo e a Swissair para reavaliar a TAP
em apenas 60 milhões de contos, levaram inclusivé o Grupo
Parlamentar do PCP na Comissão de Economia a propor uma
audição parlamenmtar sobre a situação desta empresa.
Por seu lado, a célula do PCP exige que o Governo termine de vez
com o processo de privatização da TAP e valorize o seu estatuto
de empresa pública, através de uma gestão que lhe permita
enfrentar, com a sua identidade respeitadora dos direitos dos
trabalhadores e o seu carácter nacional, o actual quadro mundial
de desregulamentação e globalização.