Universidade
Moderna
Defender
o interesse dos alunos
O Estado deve possibilitar aos alunos da Universidade Moderna, que o pretendam, a transferência no próximo ano lectivo para uma escola pública de ensino superior, defendeu Edgar Correia, membro da Comissão Política do PCP, em declaração à comunicação social:
O escândalo que
rebentou na Universidade Moderna nas últimas semanas impõe o
completo esclarecimento de todas as actividades ilícitas que
terão sido realizadas a coberto das suas finalidades escolares.
Mas esse esclarecimento - que o país exige - não é
contraditório com a atenção que deve ser dada aos milhares de
estudantes desta universidade privada que estão a ser
confrontados com uma situação que já provocou danos
irremediáveis nas suas legítimas expectativas académicas e
profissionais.
Sem dúvida que há interrogações que carecem de resposta por
parte do Ministério da Educação, como seja, por exemplo, sobre
cumprimento ou não de todos os requisitos legais respeitantes à
autorização e ao funcionamento da Universidade Moderna e dos
seu cursos, sobre os resultados e a regularidade dos actos
inspectivos realizados, e sobre os apoios oficiais que lhe terão
sido proporcionados.
Mas essas respostas não são susceptíveis de alterar um
primeiro juízo fundamental: o de que o Estado, seja por
incumprimento, seja por insuficiência das disposições legais,
não acautelou devidamente as condições de idoneidade da
entidade proprietária de uma instituição de ensino superior
cujos cursos foram por si reconhecidos.
Defende-se por isso que, se porventura a actividade da
Universidade Moderna vier a ficar em risco, ou se os alunos
considerarem que a credibilidade dos seus cursos ficou afectada,
o Estado adopte disposições excepcionais que possibilitem, aos
alunos que o pretendam, a transferência no próximo ano lectivo
para uma escola pública de ensino superior.
Essa transferência deve implicar, em cada caso, a aprovação de
equivalências e de planos de estudos pelos órgãos científicos
competentes das escolas de destino dos alunos, e a assunção
pelo Estado da responsabilidade pela criação de condições
para a finalização dos respectivos cursos.