Sindicatos de Braga contestam «ficção»


Há mais de 30 mil trabalhadores inscritos nos centros de Emprego do distrito de Braga, recorda a União dos Sindicatos de Braga, numa nota em que reagiu às declarações do ministro da Economia e dos «ilusionistas» responsáveis pelo programa Proave. Estes, «sem surpresa, porque já nos habituaram às maiores e diversas provocações contra os trabalhadores».

Na recente deslocação de Pina Moura a Guimarães, «vieram mais uma vez a público e com algum folclore à mistura, dizer que no distrito de Braga não há desemprego». Contra tal «ficção», a USB/CGTP aponta alguns factos:

- só no Vale do Ave há mais de 23 mil desempregados registados pelo IEFP;
- só nos últimos 4 meses, ficaram desempregados mais de 2 mil trabalhadores, de empresas como a Grundig/OEM, Friolax, Cegonheira, Ribave, Arlec, Dis-Ney, Signora, CEE, Rodete, Têxtil Nil, Celestino Paiva, Polystar, Vimarcal, Rotana, Jaguar, Cerâmica do Minho;
- só nos primeiros meses do ano lectivo corrente (até Janeiro), abandonaram a escola mais 225 crianças que em todo o ano lectivo de 1997/98;
- mais de 400 empresas do Vale do Ave enfrentam processos por dívidas à Segurança Social e incumprimento do «Plano Mateus»;
- impunemente, empresas que recebem milhares de contos de apoios estatais e comunitários não cumprem as suas obrigações nem mesmo decisões de tribunais;
- aumentou para 7651 o número de pessoas a receber o rendimento mínimo, enquanto aguardam deferimento dezenas de processos com um ano de atraso.


«Avante!» Nº 1322 - 1.Abril.1999