Milhares
de pessoas
manifestam-se contra a guerra
Mais de duas mil pessoas manifestaram-se, segunda-feira passada, frente à embaixada dos Estados Unidos em Lisboa, para protestar contra os ataques militares da NATO à Jugoslávia. Ontem, em Aveiro e no Porto, manifestantes exigiram também o fim dos ataques militares, na convicção de que só uma solução pacífica poderá resolver a crise nos Balcãs.
Ambas as
manifestações, convocadas pelo Conselho Português para a Paz e
Cooperação-CPPC - e que se inserem num conjunto de tomadas de
posição e iniciativas protestos de que damos notícia nas
pág.s 5 e 6 deste «Avante!» - contaram com a adesão de
dezenas de associações, partidos políticos, sindicatos e
diversas organizações.
Em Lisboa, e de par de representantes do CPPC, do PCP, do Bloco
de Esquerda, da UDP, e de muitas associações e organizações
pacifistas e anti-racistas, estiveram também presentes diversos
cidadãos sérvios, com destaque para jogadores de futebol que
jogam em clubes portugueses, nomeadamente Filipovic, Zivanovic,
do Nacional Madeirense e o jogador do Futebol Clube do Porto,
Drulovic.
Palavras de ordem, cartazes e actos simbólicos marcaram esta
concentração, em que as palavras de ordem mais repetidas foram
«Paz sim, NATO não», «Portugal fora da NATO»,
«Assassinos».
O secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, esteve presente na
concentração, acompanhado de uma delegação do partido,
constituída por Rosa Rabiais e Albano Nunes, do Secretariado e
Domingos Lopes, do Comité Central.
Em Declaração distribuída na manifestação, Carlos Carvalhas
questiona, nomeadamente, «em que é que a chamada tragédia
humanitária do Kosovo é mais grave que a tragédia
humanitária dos curdos na Turquia, dos timorenses em Timor,
dos irlandeses na Irlanda, dos angolanos em Angola, dos
palestinianos na Palestina».