Campanha
Nacional de Fundos
Organizações
em movimento
Milhares de comunistas e outros democratas deram já o seu contributo para a Campanha Nacional de Fundos que o PCP lançou em Janeiro com o objectivo de cobrir as despesas extraordinárias que as duas campanhas eleitorais este ano em curso irão colocar.
Em Lisboa, os
comunistas levaram em força a campanha para a rua, numa acção
que não passou desapercebida a nenhum traseunte que, no dia 26
de Março, tenha passado pela baixa lisboeta. Muitos deles
contribuiram para a campanha.
Bancas com postais, cupões, folhetos e outros materiais para
recolha de fundos e propaganda do Partido - designadamente sobre
as graves consequências das alterações à legislação laboral
que o Governo quer aprovar - eram apoiadas por carros de som que
explicavam os objectivos desta grande iniciativa dos comunistas:
pedir aos trabalhadores que apoiem o Partido dos trabalhadores, o
PCP, para que este, de forma autónoma, possa fazer face às
despesas das campanhas eleitorais para o Parlamento Europeu e
para a Assembleia da República.
De uma forma generalizada, o sentimento que mais se respirava era
o de simpatia. Quer da parte de quem contribuía quer mesmo dos
que apenas se limitavam a olhar. Mas também uma certa
estupefacção. Estupefacção talvez nos que, diariamente
habituados a ouvir o relato das negociatas e mesmo corrupção
que grassa noutros partidos, se confrontam, de repente, com um
partido que, longe de tais procedimentos, actua de uma maneira
transparente, preferindo pedir ao seu próprio eleitorado que
contribua para que a sua mensagem chegue aos trabalhadores e às
populações.
Mas não foi só na Baixa de Lisboa que o PCP desenvolveu uma
intensa acção de esclarecimento e recolha de fundos. Um pouco
por toda a cidade, em cenários idênticos, cerca de sete dezenas
de quadros comunistas explicavam os objectivos de uma acção
que, só nos dias 26 e 27 de Março, recolheu em contribuições
anónimas cerca de uma centena de contos.
O mesmo se passou nos vários concelhos do distrito onde, a par
das bancas, estúdios móveis e caixas de peditório, eram
distribuídos documentos referentes aos problemas das
populações respectivas, como no mercado de Queluz onde foi
distribuído um documento sobre a tarifa do lixo e se recolheram
580 assinaturas para o abaixo-assinado em circulação,
verificando-se mesmo, na altura, uma nova inscrição no Partido.
Setúbal
Em Setúbal as
comemorações do aniversário do PCP representaram
simultaneamente uma base de dinamização da campanha de fundos.
Inúmeros almoços e jantares em Alcochete, Almada, Barreiro,
Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal e várias
células de empresas, tocando cerca de 5000 militantes e
simpatizantes do Partido, permitiram uma importante recolha de
contribuições para a campanha.
Mas outros tipos de iniciativa foram levados a cabo no distrito
de Setúbal. É o caso das acções de distribuição do postal
da campanha e da recolha de fundos com bandeira, nos mercados do
Montijo e do Lavradio, as bancas montadas no Laranjeiro e em
Almada, ou os porta-a-porta realizados na freguesia da Amora que,
para além da divulgação da campanha, permitiu a venda de
dezenas de «Avantes».
Em preparação estão, entretanto, várias excursões - das
quais se destacam a viagem a Cuba e a descida do Douro -,
convívios e sorteios diversos e... naturalmente, a habitual
participação em festas populares, designadamente nas Festas
Populares do Seixal.
Évora
Até ao fim de
Março, entraram na Caixa da Direcção da Organização Regional
de Évora mais de 600 contos que, contudo, não vão além de 5%
da meta estabelecida na região. Há, porém, muito mais dinheiro
recebido e ainda não contabilizado, pelo que o total recenido
deve rondar os 900 contos.
A campanha começou por ser profundamente discutida no seio da
DOREV, designadamente a contribuição individual de cada um dos
seus membros. O resultado foi que só a importância com que 15
dos seus 25 membros já contribuíram, totalizou 392 contos.
Alandroal, entretanto, é o concelho que mais se tem destacado
nesta campanha, atingindo já, com os 300 contos que recolheu,
cerca de 50% da sua meta. Portel vai nos 20%, Mora nos 18%, Borba
nos 14%, Évora nos 10% e Montemor nos 9%.
Uma iniciativa importante foi, também, a que Montemor levou a
cabo na freguesia Foros de Vale de Figueira, onde quadro brigadas
de militantes realizaram, durante três horas, um porta-aporta,
acompanhado de carro de som, angariando 77 contos e assim ficando
perto da meta que se propôs. Mesmo os camaradas mais cépticos
ficaram surpreendidos com o bom acolhimento da população e os
contributos elevados que muitos dos abordados ofereceram.
No Alandroal, uma rifa rendeu uma centena de contos e um
simpatizante do Partido, para além de 50 contos, ofereceu um
bezerro como contribuição para a realização de um convívio.
Aliás, em preparação está já um vasto programa incluindo
porta-a-portas, rifas, e, ao longo do Verão, muitos almoços e
convívios.
Outras
Algumas
organizações, porém, ainda não prestaram informação ao
«Avante!» sobre o andamento da campanha, outras, mercê de
razões concretas que vivem nas suas regiões, sofrem alguns
atrasos em relação a esta campanha nacional do Partido.
É sabido, entretanto, que Beja alcançou até fim de
Março, 8,7% da sua meta e que Portalegre tem centrado a
sua acção nos apelos de recolha de fundos nos plenários de
militantes e iniciativas do aniversário do Partido, sendo que,
em Avis, têm-se vindo já a verificar contactos organizados.
Várias acções de rua estão, porém, previstas para Elvas,
Ponte de Sor e Portalegre.
Por sua vez, a Direcção da Cidade do Porto realizou uma
banca na baixa e as Comissões de Freguesia de Ramalde e de S.
Pedro da Cova promoveram porta-a-portas respectivamente no Bairro
das Campinas e no Bairro do Mineiro.
Ainda no Porto, está já agendada para Maio uma iniciativa de
relevo, ou seja, a realização de uma Exposição de Artes
Plásticas promovida pelo Sector Intelectual.
No distrito de Santarém, foram levadas a efeito duas
iniciativas públicas com banca de rua, uma na cidade de
Santarém e outra no Entroncamento, que recolheram cerca de duas
dezenas de contos. Outras estão previstas para Benavente, Samora
Correia, Salvaterra de Magos, Couço, Alpiarça e Coruche.