25 de Março - Avenida da Liberdade
CGTP intensifica a luta
Contra o pacote laboral
por melhores salários com direitos


Ontem reuniu em Lisboa o plenário nacional de sindicatos, que de tarde foi à Assembleia da República expressar o repúdio dos trabalhadores face à proposta de lei sobre o trabalho a tempo parcial e os incentivos que o Governo se propõe dar ao patronato para generalizar aquele regime.

A proposta do Governo é considerada como a mais grave das peças que constituem o pacote de alterações à legislação laboral, saído da Concertação Estratégica pela mão do executivo PS, que assim correspondeu aos compromissos assumidos com as associações patronais antes das eleições legislativas de 1995.
O plenário de quarta-feira, no Pavilhão Carlos Lopes, fez o balanço da acção de luta nacional, realizada dia 25 de Março, «no quadro da luta reivindicativa desenvolvida no primeiro semestre de 1999». O departamento de informação da CGTP informou ainda que os sindicalistas iriam «perspectivar a acção sindical e a luta reivindicativa nos próximos tempos» e preparar a intervenção nos 25 anos do 25 de Abril e as comemorações do Dia do Trabalhador.

Setúbal

A Comissão Executiva da União dos Sindicatos de Setúbal acusou segunda-feira o Governo de «não ter ouvidos para os trabalhadores» e reafirmou que os deputados «não devem ignorar as posições dos trabalhadores» quando se pronunciarem sobre os projectos legislativos. A executiva da estrutura distrital da CGTP recorda «o amplo e vigoroso movimento de protesto e oposição ao pacote laboral, que teve expressão institucionalizada nas centenas de pareceres enviados à Assembleia da República, bem como nas numerosas moções, nos abaixo-assinados e outras tomadas de posição, aprovadas, designadamente, nos locais de trabalho».
A nota de imprensa emitida pela USS «saúda calorosamente os milhares de trabalhadores do distrito de Setúbal que, no passado dia 25 de Março, se juntaram aos cerca de 50 mil manifestantes que aderiram à acção nacional "Por Abril, defender os direitos dos trabalhadores, contra o pacote laboral"».
Os trabalhadores do distrito «irão continuar a lutar pela resolução dos problemas», afirma a executiva, apontando as lutas, marcadas para esta semana, nos transportes de mercadorias, na Unicervi, na Lusosider, na Administração Pública e Local.


«Avante!» Nº 1323 - 8.Abril.1999