Boa adesão nos museus


Os trabalhadores dos museus e palácios dependentes do Ministério da Cultura aderiram «muito bem» à greve convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública para o fim-de-semana da Páscoa. Entre os mais de 400 funcionários do quadro, a adesão situou-se acima dos 90 por cento, o que levou a que se mantivessem encerrados em Lisboa, entre outros, os museus de Arte Antiga, do Chiado e do Teatro.

Em relação a domingo de Páscoa, um dos quatro dias do ano em que todos os museus e palácios estão fechados em Portugal, o porta-voz da FNSFP explicou à Lusa que a greve foi marcada «por uma questão de precaução».
Esta greve foi convocada para exigir a «negociação urgente da revalorização de carreiras e categorias específicas e atípicas, a reestruturação das carreiras de conservação e restauro e de museologia e ainda o regime de horários, folgas e feriados», adiantou Vítor Ricardo, sublinhando que a resolução de cada uma destas questões arrasta-se há já três anos. A federação acusa o ministro Carrilho de não ter «cultura negocial», como ficou claro na inconclusiva reunião que tiveram em 17 de Março.
Além de Domingo de Páscoa, os museus e palácios estão fechados sempre a 1 de Janeiro, a 1 de Maio e a 25 de Dezembro. Desde 1997, a decisão de abrir ou não os museus e palácios na Sexta-feira Santa passou a ser da responsabilidade dos directores dos referidos estabelecimentos.

SIC desconvocou

No dia 1 de Abril, a FNSFP teve que emitir uma nota desmentindo a «infundada notícia, divulgada já esta tarde pela emissora de televisão SIC, de que foi desconvocada a greve dos trabalhadores dos museus e palácios dependentes do Ministério da Cultura», uma vez que «não se registou nenhuma evolução nas posições anteriormente assumidas sobre as reivindicações apresentadas».


«Avante!» Nº 1323 - 8.Abril.1999