Promessas
acabam em arrogância
Administração
Pública
manifesta-se amanhã
«Fartos de promessas, exigimos mudanças», vão dizer amanhã à tarde, em Lisboa, milhares de trabalhadores da Administração Local e da Função Pública. A concentração está marcada para as 15 horas, no Marquês de Pombal.
Em plenário, vai
ser colocado à aprovação um documento que se destina a
ser entregue aos grupos parlamentares e ao primeiro-ministro,
após um desfile até São Bento contendo as principais
reivindicações dos trabalhadores e lembrando as promessas
eleitorais e os compromissos assumidos pelo actual Governo, os
quais «ao invés de serem cumpridos, têm vindo a dar lugar à
arrogância» - afirmam, em nota de imprensa divulgada anteontem,
os promotores da manifestação.
«Só para quem trabalha é que não há dinheiro»,
interrogam as direcções dos sindicatos da Função Pública do
Sul e Açores, dos Trabalhadores do Município de Lisboa e da
Administração Local, recordando que «ao Orçamento Geral do
Estado foram retirados cerca de 300 milhões de contos para a
diminuição de impostos sobre os lucros das empresas».
As direcções do STAL, do STML e do STFPSA declaram a intenção
de prosseguir a luta «por salários justos, por carreiras
dignas, pelo emprego seguro, pelo suplemento de risco, pela
eliminação do diferencial entre o índice 100 e o salário
mínimo nacional, por serviços públicos de qualidade, pela
Segurança Social e direitos, contra o pacote laboral».
Os sindicatos consideram que «a política pode e deve ser
diferente» e que «o Governo, embora com atraso, ainda pode e
deve mudar de atitude». Quanto às propostas sindicais,
salientam que elas são «justas e realistas», ao apontarem para
a correcção de injustiças e distorções no actual sistema de
carreiras e para uma garantia de dez pontos de valorização para
todos os trabalhadores em 1999.