Agressão à Jugoslávia
Paralelos históricos


Durante séculos a Sérvia combateu com coragem e determinação o império otomano, impedindo que este dominasse e destruísse a civilização europeia. Porém, ao longo século XX, o povo sérvio foi já por três vezes alvo de violência genocida.

A primeira tentativa ocorreu em 1914, depois do império austro-húngaro ter declarado guerra à Sérvia, em 28 de Julho. Mais do que qualquer outra nação, deve-se aos sérvios o fim da dominação pelos Habsburgos do Danúbio e a criação de uma Checoslováquia livre.

O prelúdio do segundo genocídio contra os sérvios foi o grande protesto nacional, em Setembro de 1938, contra a invasão da Checoslováquia, na defesa da qual se empenharam cerca de 100 mil voluntários sérvios. Os nazis atacaram a Jugoslávia em 6 de Abril de 1941 e mais uma vez os sérvios combateram com coragem. Todavia, na Croácia e na Bósnia-Herzegovina foram instalados regimes fascistas, sob a égide da Alemanha e do Vaticano, e a Grande Albânia foi transformada numa espécie de protectorado da Itália. Os sérvios, juntamente com os romenos e os sinti, foram assassinados da mesma maneira que os judeus. As grandes atrocidades tiveram lugar na Croácia, no campo de concentração de Jasenovac e depois em Auschwitz e em Mauthausen.

Hoje, somos testemunhas de uma terceira vaga do genocídio contra a nação sérvia. Os seus perpetradores são as mesmas forças que a Alemanha nazi utilizou. Os mentores desta política são herdeiros dos fascistas ustashi croatas, em Sarajevo, e dos terroristas muçulmanos, no Kosovo e em Metohija. Os paralelos entre a Checoslováquia de 1939 e a Jugoslávia de 1999 são indiscutíveis.

Em ambos os casos, a quinta coluna foi inspirada por países estrangeiros. Na Checoslováquia, os sudetas apoiados por Hitler, produziram líderes com Henlein e KH Frank, no Kosovo e na Metohija, eles são Rugova, Demachi e outros. Na Checoslováquia, as milícias foram formadas e armadas pela Alemanha, na Jugoslávia, são as unidades do exército terrorista do Kosovo.
Depois vieram os emissários – na Checoslováquia foi o britânico Lord Runciman, na Jugoslávia foram Holbrook, Hil e outros – para negociar contra Praga, no primeiro caso, e contra Belgrado, no segundo. Edvard Benes foi demonizado em Praga, e Slobodan Milosevic é-o agora em Belgrado.
Desde o início que o objectivo de Hitler era a ocupação e a criação de protectorados na Checoslováquia. Para isso justificou a agressão militar com as provocações criminosas das milícias sudetas, que apoiava. Agora o pretexto para a intervenção da NATO são as acções desencadeadas pelos terroristas do Kosovo e da Metohija e o que se exige da Sérvia é que capitule e que ponha nas mãos da NATO o futuro do país e do povo. Tal como antes acontecera, também agora foram violadas as leis internacionais e a soberania, tendo sido ignorados o Conselho de Segurança e as Nações Unidas.


«Avante!» Nº 1323 - 8.Abril.1999