Professores em vigília
pelo ensino nocturno


Os professores do ensino recorrente concentram-se, terça-feira à tarde, junto ao Ministério da Educação, em Lisboa, para protestar contra o encerramento deste tipo de ensino em mais de 100 escolas públicas.

O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) acusa o Ministério da Educação de pôr em causa o direito a um sistema de ensino nocturno adaptado às reais necessidades da população.
Segundo dados do SPGL, ao longo dos últimos anos, o Ministério insistiu num único modelo organizado por unidades capitalizáveis, que o sindicato classificou como «inadaptado à população que o procurava, aumentando drasticamente os níveis de abandono e insucesso que um relatório do ME, de Outubro de 1998, veio confirmar».
Reportando-se ao estudo, o sindicato aponta para uma percentagem de 70 a 80 por cento de reprovações no 1 º ciclo, 50 por cento no 2 º ciclo, entre 54 e 96 por cento no 3 º ciclo e 99 por cento no secundário.
O SPGL sublinha ainda o facto de os níveis de escolaridade da população portuguesa serem muito baixos, situando-se na cauda do dos países da União Europeia.
Setenta por cento da população tem menos de seis anos de escolaridade e só 24 por cento conclui o ensino secundário, um valor que, em média, atinge os 58 por cento na União Europeia.


«Avante!» Nº 1326 - 29.Abril.1999