25 de Abril
Milhares
de iniciativas
Milhares de iniciativas por todo o país marcaram os 25 anos do 25 de Abril. Com manifestações de rua. Mas também colóquios e exposições, iniciativas desportivas e culturais. Com festa e um sem número de convívios, que juntaram também muita gente entre os comes e bebes e o debate de ideias.
Aqui se dá testemunho, em poucas linhas e algumas imagens, de algumas das muitas realizações que aconteceram. Uma breve amostragem do muito que, necessariamente, ficará de fora.
Jantar-convívio em Braga
Quase três centenas
de pessoas participaram no jantar-convívio organizado pela CDU,
em Braga, na noite de dia 23. Uma iniciativa que contou com a
participação do almirante Rosa Coutinho.
Durante o jantar, que decorreu com grande animação, intervieram
António Lopes, da Comissão Política do PCP e Carlos Silva,
candidato da CDU ao Parlamento Europeu, que lançaram um apelo à
participação de todos nas próximas campanhas eleitorais.
Rosa Coutinho fez a última intervenção, em que caracterizou
alguns aspectos do regime fascista, referindo-se, em particular,
à falta de liberdade e ao medo que tal situação então gerava.
O orador realçou as transformações que ocorreram no país com
a revolução, os retrocessos entretanto verificados, e alertou
para a necessidade de defender a liberdade que, «tal como uma
flor», precisa ser permanentemente cuidada, para não morrer.
Corrida da Liberdade
Mais de três mil
atletas de todas as idades participaram, domingo passado, na Corrida
da Liberdade, organizada no âmbito das comemorações dos 25
anos do 25 de Abril.
As partidas foram marcadas para cinco dos pontos mais
significativos das operações militares desencadeadas na
madrugada do dia 25 de Abril de 1974 para o derrube do fascismo:
Regimento de Engenharia de Lisboa, na Pontinha, que foi
quartel-general do Movimento das Forças Armadas (MFA), Largo do
Carmo, Praça Marquês de Pombal, Rua Alexandre Herculano e Rua
Sampaio e Pina.
A «Corrida da Liberdade», promovida pela Câmara Municipal de
Lisboa (CML), no âmbito do programa "25 Cravos para os 25
anos do 25 de Abril", tem a colaboração da Associação 25
de Abril e da Federação Portuguesa das Colectividades de
Cultura e Recreio.
Estafeta da Liberdade
A «Estafeta da
Liberdade» - uma iniciativa da Câmara de Santarém a que logo
aderiu a Câmara de Lisboa e outras autarquias - envolveu jovens
dos concelhos de Santarém, Cartaxo, Azambuja/Alenquer, Carregado
e Lisboa.
Dia 24, os jovens realizaram percursos nas ruas dos respectivos
municípios, reunindo-se em Lisboa, na Praça do Comércio, de
onde partiram em direcção ao Largo do Carmo.
Durante o percurso, foi feita a passagem simbólica dos
testemunhos (cravos vermelhos) dos jovens vindos dos outros
concelhos aos participantes de Lisboa.
Guarda
Desenhos de Cunhal em exposição
Desenhos de Álvaro
Cunhal, feitos na prisão, e fotos do antes e pós-25 de Abril de
1974, estão expostos no Centro de Juventude da Guarda do
Instituto Português da Juventude (IPJ).
A mostra é organizada por um grupo de jovens desta cidade com o
objectivo de assinalar o 25 º aniversário do 25 de Abril.
Almada
Monumento à liberdade
Um monumento à
liberdade - uma escultura em aço com sete metros de altura, da
autoria de Jorge Vieira - foi inaugurado domingo, em Almada.
Da autoria de Jorge Vieira, que faleceu em Dezembro do ano
passado, a escultura começou a ser trabalhada em Outubro de 1998
e são as várias fases de concepção da obra, desde os
primeiros esboços até à montagem, que väo ser ilustradas num
livro a publicar brevemente.
A maqueta da obra pode também ser vista até ao final do mês de
Maio, na Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea,
conjuntamente com os cerca de cem desenhos inéditos e quatro
esculturas, que marcam o percurso artístico de Jorge Vieira
desde os anos 50 até à actualidade.
Imigrantes
Os promotores da
Comissão Nacional para a Legalização de Imigrantes (CNLI)
exigiram, no desfile comemorativo do 25 de Abril, no Porto,
«documentos para todos os imigrantes».
Segundo a CNLI, cerca de 4.000 pessoas «estão impedidas de
realizar uma plena integração na sociedade portuguesa».
A Comissão defende a necessidade de se encontrar uma solução
que permita resolver os casos que estão em fase de instrução
ou de recurso, no âmbito da Lei 17/96, que definiu o segundo
processo de legalização extraordinária de imigrantes.
Com esse objectivo, os promotores da CNLI pretendem encontrar-se
com os órgãos de soberania, os grupos parlamentares, as
embaixadas dos países de onde são oriundos os imigrantes que
pretendem legalizar-se e os sindicatos.
A queima da «velha senhora»
Retirando do
património popular português a «Queima da velha» - que,
juntamente com a «Queima do Judas», entre outros, celebrava o
fim do Inverno - a CDU de Espinho resolveu adaptar a simbologia
deste ritual ao 25 de Abril, aproveitando a expressão «Velha
senhora», com que as pessoas se referiam ao regime fascista.
Assim, às 24 horas do dia 24 de Abril, a «Velha senhora» foi
imolada pelo fogo na Praia da Baía, em Espinho, dando pretexto a
um agradável convívio animado com canções de Abril.
Ainda no quadro do 25º aniversário da revolução, a CDU local
visitou a Escola Secundária Manuel Laranjeira, em sessão
pedagógica sobre a data e organizou um almoço. Durante a tarde
de 25, a JCP promoveu a animação das ruas de Espinho.
Memórias da resistência
«Memórias do tempo
da resistência» foi tem de um debate, realizado no passado dia
22, no Funchal.
Uma iniciativa da CDU/Madeira, que contou com a participação de
António Canelas, resistente antifascista que, antes do 25 de
Abril, realizou, na Madeira, trabalho de organização e
resistência contra o regime.
Esta iniciativa insere-se nas comemorações dos 25 anos da
revolução e integra-se num ciclo de conferências sobre Abril.
Emigrantes saúdam Abril
A Associação do
Reencontro dos Emigrantes (ARE), em saudação a todos os que
lutaram contra o fascismo e, em particular, aos capitães de
Abril, denuncia, quer a situação que se vive no país,
reproduzindo condições de pobreza e desertificação do
interior que empurram as populações para a emigração, quer a
marginalização dos emigrantes.
A ARE sublinha a «ostensiva marginalização dos portugueses que
vivem e trabalham em 117 dos 192 países existentes no mundo e a
ocultação deliberada da sua contribuição para o bem-estar dos
que aí vivem». E lembra que «em 1998 as remessas dos
emigrantes totalizaram cerca de 599 milhões de contos, mais do
que o tão propagandeado saldo das transferências com a União
Europeia, que ficou em 566 milhões de contos».
Da resistência à liberdade
A CDU realizou, na
noite de terça-feira passada, na sede da coligação em Lagos,
um colóquio sobre o tema «Da resistência à liberdade», que
contou com a participação de Margarida Tengarrinha e José
Veloso.
Este colóquio insere-se num conjunto de iniciativas
comemorativas dos 25 anos do 25 de Abril e decorre em simultâneo
com a exposição «Que Viva Abril».
Comemorações no Faial
A CDU da Ilha do
Faial, nos Açores, promoveu, na noite de 24 de Abril, um
jantar-convívio alusivo à data.
Domingo, dia 25, no Clube Naval da Horta, houve uma Festa da
Juventude com música oa vivo.
Encontro em Setúbal
O compromisso de
lançar as bases do Centro de Estudos Bocageanos de Setúbal, foi
assumido pela Comissão Promotora do Encontro de Democratas, o
tradicional jantar-convívio do 25 de Abril que, na noite de 24
reuniu em Setúbal, num restaurante da cidade, trezentas pessoas.
Um projecto que congrega professores, alunos, livreiros e várias
individualidades da área da cultura da cidade e concelho de
Setúbal.
O encontro foi marcado por intervenções de denúncia das
tentativas de branqueamento do fascismo e de repúdio pela
intervenção da NATO na Jugoslávia.