Algarve
Diversificar a base económica


Na passada semana, a CDU promoveu em Faro uma conferência de imprensa sobre as próximas eleições para o Parlamento Europeu, em que estiveram presentes Mário Sousa, candidato na lista da Coligação e Carlos Luís Figueira, membro da Comissão Política e responsável pelo DORAL do PCP.

Na sua declaração, Mário Sousa passou em revista a presente legislatura, considerando que se caracterizou por «uma total ineficácia no que respeita à construção de infraestruturas indispensáveis ao desenvolvimento regional».
O candidato responsabilizou não só ao PS como também ao PSD por não terem sido feitos os investimentos previstos no âmbito do 2.º Quadro Comunitário de Apoio num montante de cerca de 100 milhões de contos.
Mário Sousa defendeu a transferência para a Administração Regional de todos os fundos a aplicar no Algarve, considerando indispensável que na aplicação do 3.º Quadro Comunitário de Apoio sejam efectuados fortes investimentos públicos para resolver rapidamente as actuais carências.
Contudo, segundo frisou, o Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social para o período 2000 a 2006 afirma que a região deve apostar na sua vocação turística e de local de atracção de residentes estrangeiros, relegando para segundo plano a possibilidade de diversificação da estrutura produtiva.
Mário Sousa vê esta opção como «a capitulação face a imposições estrangeiras» e a consagração de um modelo económico que já hoje revela evidentes «fragilidades, dependências e vulnerabilidades». Em contrapartida, a criação de uma base económica diversificada, incentivando a agricultura, pescas e a indústria transformadora, é a única forma de capaz de corrigir assimetrias, assegurar emprego e a melhoria das condições de vida da população.
Salientando a importância para o nosso país das decisões tomadas nas instituições europeias, Mário Sousa afirmou que importa votar em quem no Parlamento Europeu defenda intransigentemente os interesses nacionais e lute por um novo caminho para a União Europeia, referindo em particular o trabalho dos três deputados do PCP no PE, que foram responsáveis por cerca de um terço das intervenções feitas pelos 25 deputados portugueses.


«Avante!» Nº 1326 - 29.Abril.1999