Oeiras e Amadora
CDU
denuncia privatização da água
Estão em curso negociações para a privatização da gestão e exploração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento - SMAS, em Oeiras e Amadora. Um processo, questionado pela CDU, e em que estão envolvidos os presidentes das duas autarquias.
Em comunicado à
população do Concelho de Oeiras, a CDU refere alguns números,
que testemunham da envergadura do negócio em causa - a
facturação anual da água fornecida atinge os 21 milhões de
contos, verba que, somando-lhe taxas diversas, das tarifas de
utilização às dos resíduos, ascende aos 30 milhões de
contos.
Face a este balanço, a questão coloca-se: «Então, porquê a
privatização?»
Em causa estará, antes do mais, a pressão dos privados,
naturalmente interessados num negócio claramente lucrativo. Por
parte do presidente da autarquia, o interesse estaria na
obtenção, para as despesas da Câmara, de «uns bons milhões
de contos».
A CDU de Oeiras sublinha, entretanto, que «com esta
privatização, os consumidores do concelho de Oeiras na da têm
a ganhar» e lembra as elevadíssimas tarifas praticadas em Mafra
e Setúbal, autarquias que também entregaram o fornecimento de
água a privados.
Em Mafra, paga-se mesmo, actualmente, a água mais cara do país.
Denunciando situação idêntica, a CDU da Amadora refere um
estudo, ainda não divulgado e feito à revelia da Câmara, que
indica que os SMAS têm um lucro anual de 1,5 milhões de contos
e em que se sustenta uma proposta de concessão a privados
daquele serviço público por um período de 30 anos.
Em comunicado entretanto divulgado, a CDU da Amadora coloca mesmo
dúvidas «quanto à legitimidade democrática detida por
partidos que, nos seus programas eleitorais, nem pela rama
abordaram tão radicais soluções e que, estando eleitos para um
mandato de quatro anos, se aprestam para comprometer, através de
uma concessão /privatização e ao longo de trinta anos»,
serviços essenciais e estratégicos.