Por uma polícia mais responsável
Trata-se, por outras palavras, por via deste diploma a votar no próximo
dia 17, de «dar corpo a uma PSP de maior cidadania e mais próxima das suas congéneres
da União Europeia no que respeita ao exercício dos direitos fundamentais, incluindo a
liberdade sindical».
Tal só foi possível, lembrou-o João Amaral, devido à «determinação, ao espírito de
sacrifício e ao sentido de responsabilidade» revelado nestes últimos quase vinte anos
por muitos e muitos profissionais da PSP, aos quais se deve a demonstração, fez notar,
da «completa compatibilidade do associativismo profissional com as missões da PSP»
«Mostraram mais: que uma polícia com direitos reconhecidos e por isso mais próxima da
plena cidadania é uma polícia com maior aptidão para lidar correctamente com a
sociedade de garantias e direitos que é hoje a sociedade portuguesa», acrescentou o
parlamentar comunista, para quem o importante - independentemente das razões
eleitoralistas que terão animado o PS a quebrar o ciclo das suas «hesitações e
contradições» - reside agora na consagração deste processo legislativo.
Alvo das críticas de João Amaral foi, entretanto, a posição assumida pelo PSD, a quem
acusou de recurso à mistificação, por alegar que a «liberdade sindical ou é total ou
não o é» e por defender a necessidade de 2/3 dos deputados para a aprovação do
diploma.
«O PSD é incorrigivelmente uma força de bloqueio», sublinhou João Amaral, lembrando,
a propósito, que na ausência «dos canhões de água para molhar a malta, usa a
sofismação para regar os debates».