Os deficientes
e o 25 de Abril
Com o lema «Os deficientes e o 25 de Abril», a Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD) organizou, sábado passado, em Grândola, o seu 13º Encontro Nacional (END).
Cerca de 300 pessoas, vindas de todo o país, participaram neste
encontro, partilhando experiências e problemas, no que foi considerado pelos seus
promotores como um «palco de discussão» destinado a «dar voz a quem nunca é ouvido».
A iniciativa, que se insere nas comemorações dos 25 anos de Abril, contou com várias
actividades desportivas, como uma corrida de cadeiras de rodas, uma corrida de ciclismo
para cegos, uma corrida pedestre para cidadãos com vários tipos de deficiência,
partidas de xadrez e damas, além de provas de natação.
Nos debates realizados sobre os problemas mais sentidos pelos deficientes em Portugal,
sobressaem as dificuldades no acesso à saúde, à educação e ao emprego. Uma vez mais
foi sublinhada a necessidade de se realizar um levantamento (censos) sobre o mundo de
deficientes que existem no nosso país e as suas características. A CDNOD estima que
existem em Portugal perto de um milhão de deficientes, o que representa dez por cento da
população.
Dificuldades e problemas não faltam, nomeadamente no que respeita às instituições que
dão apoio a deficientes. Sempre espartilhadas entre a indispensável qualidade de um
trabalho muito exigente e as limitações, agravadas pelos atrasos, das contribuições
por parte do Estado. O que não apenas põe em causa os princípios de igualdade que o
Estado deve garantir, como abre portas à exploração das situações de deficiências
pelas instituições com fins lucrativos.
Em Portugal existem 658 instituições para pessoas com deficiência.