A Índia considerou, pouco tempo antes, que se desenvolveu «uma
situação comparável à da guerra». «É uma espécie de invasão, uma agressão, uma
tentativa de modificar a fronteira e ocupar territórios», afirmou o primeiro-ministro,
Atal Behari Vajpayee.
Apelando ao Paquistão para retirar os guerrilheiros infiltrados em Caxemira, Nova Deli
voltou a ameaçar com a intensificação dos ataques.
O Paquistão não tardou a responder. «Não hesitaremos em utilizar todas as armas do
nosso arsenal para defender a nossa integridade territorial», declarou o ministro dos
Estrangeiros de Islamabad, acrescentando que o seu país pretende resolver o diferendo
«pacificamente», mas que esse desejo não deve ser considerado como «uma confissão de
fraqueza».
O Irão ofereceu-se para mediador, na sua qualidade de presidente da Organização da
Conferência Islâmica, mas ainda não obteve resposta. Entretanto, a Índia rejeitou
«firmemente» a intervenção das Nações Unidas. «Disse com firmeza a Kofi Annan
(secretário-geral da ONU) que se se trata de um emissário, então ele deverá
deslocar-se a outro lado, ao Paquistão e não à Índia. Foi o Paquistão que nos atacou
e violou o nosso território», afirmou o primeiro-ministro indiano.
De acordo com as autoridade de Nova Deli, cerca de 600 guerrilheiros - incluindo 125
soldados paquistaneses e talibãs afegãos - infiltraram-se na parte de Caxemira sob o
controlo indiano com a cobertura de forças do Paquistão.