Novo conflito em Caxemira


O Governo indiano aceitou receber o ministro dos Negócios Estrangeiros paquistanês para debater o conflito de Caxemira, na segunda-feira.

A Índia considerou, pouco tempo antes, que se desenvolveu «uma situação comparável à da guerra». «É uma espécie de invasão, uma agressão, uma tentativa de modificar a fronteira e ocupar territórios», afirmou o primeiro-ministro, Atal Behari Vajpayee.
Apelando ao Paquistão para retirar os guerrilheiros infiltrados em Caxemira, Nova Deli voltou a ameaçar com a intensificação dos ataques.
O Paquistão não tardou a responder. «Não hesitaremos em utilizar todas as armas do nosso arsenal para defender a nossa integridade territorial», declarou o ministro dos Estrangeiros de Islamabad, acrescentando que o seu país pretende resolver o diferendo «pacificamente», mas que esse desejo não deve ser considerado como «uma confissão de fraqueza».
O Irão ofereceu-se para mediador, na sua qualidade de presidente da Organização da Conferência Islâmica, mas ainda não obteve resposta. Entretanto, a Índia rejeitou «firmemente» a intervenção das Nações Unidas. «Disse com firmeza a Kofi Annan (secretário-geral da ONU) que se se trata de um emissário, então ele deverá deslocar-se a outro lado, ao Paquistão e não à Índia. Foi o Paquistão que nos atacou e violou o nosso território», afirmou o primeiro-ministro indiano.
De acordo com as autoridade de Nova Deli, cerca de 600 guerrilheiros - incluindo 125 soldados paquistaneses e talibãs afegãos - infiltraram-se na parte de Caxemira sob o controlo indiano com a cobertura de forças do Paquistão.


«Avante!» Nº 1331 - 2.Junho.1999