Porto
É
tempo de iniciar um novo ciclo
O Plano de Médio Prazo (PDM) para a cidade do Porto foi tema de uma conferência de imprensa promovida pela CDU. Em causa está, nomeadamente, o desequilíbrio entre opções e meios correspondentes, num PDM sem «opções estratégicas inovadoras», fragilizado, à partida, por «uma excessiva dependência de espectativas financeiras».
Na sua declaração
à imprensa, os eleitos municipais da CDU começam por sublinhar,
como facto positivo, a possibilidade de os órgãos municipais
poderem apreciar o PDM, «instrumento modelador de uma
estratégia de desenvolvimento da cidade», pondo entretanto o
acento, «no melhor espírito construtivo», nos erros de
concepção de que o documento enferma.
De entre as contradições apontadas, ressalta, no quadro do
texto genérico sobre «Os novos desafios à cidade», o
contraste entre vectores estratégicos e respostas adequadas.
Assim, o texto recomenda a «diversificação da base
produtiva», sem apontar quaisquer acções nesse sentido, não
disponibiliza meios adequados ao necessário combate a diferentes
formas de exclusão social. Faltam medidas incentivadoras e
investimentos para «desenvolver vantagens competitivas nos
centros urbanos». A qualidade de vida, que depende de múltiplos
factores, não é suficientemente defendida.
A CDU critica ainda a importância atribuída aos «esquemas de
parcerias» e a abertura ao sector privado, considerando que «a
Câmara tem privilegiado a constituição de certas associações
e fundações, com estatuto de objecto difuso e que dificultam o
controlo democrático por parte da Assembleia Municipal».
Num quadro marcado pela ausência de obras novas, abandono de
outras anteriormente previstas e repescar de promessas de há
vários mandatos, «o PDM pode ser encarado como uma espécie de
caderno reivindicativo para obter e vincular investimentos
públicos e financiamentos comunitários», afirmam os eleitos da
CDU.
Por último, a Declaração à imprensa relembra as prioridades
da CDU, de que se destacam: «mais investimento na coesão social
e na área da habitação, a diversificação do tecido
económico, o repovoamento e rejuvenescimento da população das
freguesias centrais, maior investimento nos transportes
colectivos, apesar do tempo perdido, redefinição do plano
estratégico para o trânsito, uma produção cultural pujante e
aberta, uma cidade menos poluída, mais harmoniosa, sem
consentimento de mais agressões urbanísticas, dando tempo a que
o corpo citadino absorva as muitas que foram cometidas, uma
cidade em crescimento e permanente renovação, valorizando o seu
património e defendendo a sua identidade».
Na perspectiva de que «é tempo de iniciar um novo ciclo».