Confrontos no Mar Amarelo
Confrontos, no Mar Amarelo, entre as marinhas das duas Coreias, levaram a um recrudescer da tensão, numa zona particularmente sensível, em que de há muito se mantêm problemas irresolvidos. Um povo dividido, uma guerra terminada com um armistício e não com um tratado de paz.
Terça-feira passada
a Coreia do Sul anunciou ter afundado um torpedeiro
norte-coreano, num confronto que teve lugar numa zona tampão
do Mar Amarelo.
O incidente ocorreu meia hora antes da reunião entre generais do
Norte e do Sul, na zona desmilitarizada de Panmunjon, promovida
pelo comando da ONU e em que estava previsto discutir as
incursões marítimas destes últimos dias. Todo o exército
sul-coreano foi entretanto colocado em estado de alerta máximo.
Face a esta situação, tanto a China como o Japão manifestaram
a sua preocupação com os confrontos e pediram para que fosse
encontrada uma solução pacífica do diferendo. A China sugeriu
que Pyongyang e Seul «procurem o mais rapidamente possível uma
solução para a crise através do diálogo e consultas».
Durante a manhã de terça-feira patrulhas norte-coreanos
penetraram na zona tampão escoltando, como em dias
anteriores, cerca de 20 barcos de pesca da Coreia do Norte. Um
facto que poderá corresponder a uma tentativa de proteger a
frota de barcos de pesca do país durante a estação do
caranguejo, uma das fontes de exportação norte-coreana.
De sublinhar que o armistício nunca definiu os limites
marítimos no Mar Amarelo e Pyongyang nunca reconheceu a zona
de segurança - extensão marítima da zona desmilitarizada
que separa os dois países depois da Guerra da Coreia (1950/53).
O conflito actual teve início dia 6 de Junho, tendo então a
Coreia do Norte acusado a Coreia do Sul de ter feito entrar três
vasos de guerra nas suas águas territoriais.
Entre 8 e 10, a marinha sul-coreana interpela barcos
norte-coreanos na zona contestada. No primeiro confronto
violento, dia 11, os vasos de guerra sul-coreanos abalroam barcos
norte-coreanos. Entre 12 e 14, a Coreia do Sul concentra dezenas
de contratorpedeiros, fragatas e outros vasos de guerra, nUma
escalada militar que iria levar a uma troca de tiros e ao
afundamento de um vaso norte-coreano, nesta terça-feira.