Administração local conclui quinzena de luta
Acção pública amanhã
no Terreiro do Paço


Desde dia 14, os trabalhadores das autarquias estão a levar a cabo, de forma descentralizada, uma série de iniciativas para dizer ao Governo e à opinião pública que estão fartos de promessas e exigem mudanças.

Entre os motivos de descontentamento e protesto, que estiveram na base da quinzena de luta promovida pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, destacam-se a exigência de um aumento salarial intercalar, a falta de regulamentação do suplemento de insalubridade, penosidade e risco, e a reclamação de medidas correctivas para os problemas criados com a revisão do regime de carreiras. Os sindicatos salientam «a necessidade de uma inversão de política, no sentido de serem tomadas medidas concretas para a melhoria das condições de vida» dos trabalhadores, como referiram numa nota conjunta, divulgada pelo STAL e o STML.
Na semana passada, representantes dos bombeiros profissionais e dos quadros técnicos entregaram abaixo-assinados na residência oficial do primeiro-ministro, onde se deslocariam ainda, com semelhante objectivo, sindicalistas dos transportes urbanos colectivos (ontem) e da área de informática (hoje).
Para o sector da informática, foi entregue um pré-aviso de greve para os dias 28 e 29 (segunda-feira e terça), como forma de «condenar a provocatória proposta de revisão de carreiras» entregue pelo Governo e reclamar «o imediato início de negociações sérias», com base no documento que a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública apresentou «há longos meses».
No âmbito da quinzena destacaram-se ainda os plenários regionais, realizados pelo STAL em Coimbra, na segunda-feira, e em Évora, anteontem. Na acção pública de amanhã, na Praça do Comércio, vão participar «centenas de activistas sindicais e trabalhadores» das regiões de Lisboa (incluindo a CML), Setúbal e Santarém).

Qualificados

Além de faltar aos compromissos assumidos com os sindicatos, o Governo também não está a cumprir a legislação que publica, acusam o STAL e o STML, denunciando a falta de uma proposta de nova carreira para o pessoal operário altamente qualificado. Segundo a revisão das carreiras do regime geral, decretada pelo Governo sob críticas e protestos dos sindicatos e dos trabalhadores, a negociação e legislação daquela carreira deveriam ser feitas até ao passado dia 18.
Na véspera, meia centena de representantes de vários locais de trabalho entregaram, na residência do primeiro-ministro, um abaixo-assinado de protesto que, em menos de 10 dias, recolheu 2 mil assinaturas – informaram os sindicatos.


«Avante!» Nº 1334 - 24.Junho.1999