Governo cedeu aos não docentes
Na véspera da greve convocada para dia 17, o Ministério da Educação «foi obrigado a ceder à disposição de luta dos trabalhadores não docentes das escolas, ao aceitar, com perspectivas mais amplas, a revalorização das carreiras profissionais», anunciou a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública.
O Governo, refere a
nota da federação, admitiu aceitar algumas das propostas que
visam uma transição mais favorável para as carreiras que vão
ser revalorizadas. Esta aproximação de posições levou a
FNSFP/CGTP a suspender a greve.
No âmbito do acordo com a federação, os representantes do ME
comprometeram-se a entregar até ontem uma proposta contendo as
posições defendidas na semana passada. «A eventual quebra
deste compromisso poderá ditar a realização de novas acções
de luta», preveniu a estrutura sindical que, neste processo, já
havia promovido duas greves, com elevados níveis de adesão.
Professores
A Fenprof reclamou
anteontem a suspensão do Despacho 511/98, recusando que «em
caso algum, sejam fixadas na componente lectiva dos professores
horas pertencentes à componente não lectiva do seu horário».
«Em nome da qualidade pedagógica», a federação «exige que
às escolas seja concedido o número de horas necessário ao
normal desenvolvimento das suas actividades, nomeadamente as de
coordenação pedagógica e gestão das instalações
específicas, designadamente laboratórios, oficinas,
instalações e material gimno-desportivos, bibliotecas, salas de
informática, etc., o funcionamento dos clubes e outras
actividades extra-escolares, a participação dos docentes nas
assembleias de escola, no respeito pelos regulamentos internos e
projectos educativos».
«Uma situação de funcionamento das escolas conflituante com a
qualidade da vida escolar cria condições para uma abertura do
próximo ano lectivo extremamente perturbada», alerta a Fenprof,
na nota emitida pelo seu Secretariado Nacional.