Valor do trabalho
salientado ao PR


A CGTP manifestou segunda-feira ao Presidente da República, em Lisboa, algumas das suas preocupações de ordem estratégica relativas ao futuro e que visam revalorizar a importância do trabalho na sociedade portuguesa.

«É assustador que 53 por cento dos jovens trabalhadores até 30 anos e que têm mais do que o 12.º ano de escolaridade trabalhem como indiferenciados», o que «é um indicador profundamente negativo para o futuro do País», declarou o coordenador da central. Segundo a Lusa, Carvalho da Silva adiantou, no final da audiência, que a reflexão mantida com Jorge Sampaio revelou uma «preocupação de olhar para o futuro», onde assumem particular relevo as matérias ligadas ao ensino, educação, formação e qualificações dos trabalhadores.
«Há milhares de pessoas que têm formação que não está a ser aproveitada», facto revelador de que «não há uma inserção na vida profissional», a que se associa «um défice enorme de qualificações», sustentou Carvalho da Silva, considerando que se vive «uma cultura de pouca valorização do trabalho, dos trabalhadores e das suas organizações», como demonstram «as atitudes que às vezes são assumidas pelos patrões».
O dirigente sindical denunciou mais uma vez que «há um clima de pressão, de repressão, de desrespeito pelos direitos dos trabalhadores», em que «as entidades patronais jogam com o funcionamento lento da Justiça» e com «uma percepção de que o poder executivo não tem autoridade sobre elas».


«Avante!» Nº 1334 - 24.Junho.1999