Ilha de Lamas
Realojamento
é urgente
Na Ilha de Lamas, no Porto, mais de uma centena de pessoas vive entre um esgoto a céu aberto e telhados que deixam entrar água, lado a lado a lado com as casas já construídas, mas entretanto desertas, que lhes estão destinadas. Uma situação que a CDU/Porto denuncia e se compromete a acompanhar de perto.
No quadro dos
contactos regulares com as populações, eleitos da CDU da cidade
do Porto deslocaram-se, sábado passado, à Ilha de Lamas, na
freguesia de Paranhos. Com o mesmo objectivo de outras visitas
que se têm vindo a realizar o contacto directo com a
realidade e a vida quotidiana das pessoas, para melhor poder
defender os seus interesses.
Na Ilha de Lamas, pertença da Santa Casa da Misericórdia do
Porto, residem 25 famílias, cerca de cem pessoas, em condições
de habitabilidade muito degradadas. As instalações sanitárias,
comuns, localizadas no centro da Ilha, obrigam as pessoas a sair
de suas casas para irem à casa de banho; o entupimento
permanente da fossa séptica transformou a rede de saneamento num
esgoto ao ar livre; a degradação dos telhados permite
permanentes infiltrações de água.
Entretanto, já há muitos meses, foram pedidas informações aos
moradores, sobre os seus agregados familiares, com a promessa de
realojamento um bairro social construído pela Misericórdia na
Quinta Seca, na mesma freguesia de Paranhos. Em Fevereiro a
imprensa noticiava mesmo que os realojamentos (que englobam
outros bairros degradados) teriam lugar em Abril/Maio. Mas, para
já, a situação permanece inalterada.
Actualmente as casas da Quinta Seca estão praticamente
concluídas, faltando apenas uma decisão burocrática quanto à
demolição de um muro adjacente aos novos blocos.
A CDU considera inadmissível esta «situação de coexistência
de milhares de pessoas a viverem em condições desumanas, com
habitações, que se destinam a realojá-las, prontas e vazias».
Em comunicado divulgado à imprensa, a CDU afirma ainda que «tal
só é possível devido á falta de sensibilidade dos
responsáveis pela resolução destes problemas, bem como ao
completo desconhecimento que aparentam ter sobre as reais
condições de habitação em que vivem muitos milhares de
moradores do porto».
Neste quadro, a CDU irá interpelar a Câmara e a Misericórdia
do Porto, comprometendo-se ainda a apresentar este problema na
Assembleia Municipal do Porto e na Assembleia de Freguesia de
Paranhos e acompanhar este processo, em permanente contacto com
os moradores.