Évora
Participar
para desenvolver
Desde Março de 1998 que o governo e os seus serviços desconcentrados, em particular as Comissões e Coordenação Regional, vêm preparando os instrumentos de intervenção no desenvolvimento do país para o período de 2000 a 2006. É o caso do PNDES Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social e do PDR Plano de Desenvolvimento Regional, que deverá constituir a base para a negociação, com a Comissão Europeia, do terceiro Quadro Comunitário de Apoio QCA, ao nosso país.
Todo este processo
se tem desenvolvido entretanto como «um segredo bem guardado»,
apesar das recomendações da Comissão Europeia sobre a
participação das entidades locais e regionais, denuncia a
Associação de Municípios do Distrito de Évora (AMDE), que
lembra as promessas e a resolução do Conselho de Ministros no
sentido de uma «ampla participação, envolvendo na sua
elaboração o Conselho Económico e Social, representantes da
sociedade civil e de instituições relevantes e especialistas».
No caso do Alentejo, e apesar do trabalho desenvolvido pelos
municípios e suas associações, que há mais de um ano têm
vindo a apresentar propostas e contributos para o PDR, só em 1
de Junho a Comissão Coordenadora da Região do Alentejo
distribuiu um documento sobre a futura Intervenção Operacional
Regional do Alentejo, dando 15 dias de prazo para quaisquer
propostas e contributos.
Face a esta situação, a Associação de Municípios do Distrito
de Évora denuncia, como totalmente inaceitável, «que os
instrumentos de programação do desenvolvimento do país para os
próximos anos estejam a ser preparados, sem a participação de
todas as entidades regionais e nacionais relevantes e, no plano
regional, sem a participação das únicas entidades
democraticamente legitimadas pelo sufrágio das populações».
A AMDE lembra ainda o que ao governo parece esquecer, ou seja,
«que a concretização das intenções de descentralização de
mais competências para os municípios» exigem uma muito maior
participação destes.
A AMDE considera esta actuação como uma afronta ao poder local
a às populações, «cujo futuro está a ser preparado sem que
lhes seja dada qualquer possibilidade de participação» e
recusa-se a dar cobertura a qualquer simulacro de participação,
exigindo que seja lançado um verdadeiro processo de
participação na preparação do PDR e do QCA, com divulgação
da informação, debate e auscultação eficazes de todas as
entidades regionais interessadas.