G7 perdoa parte da dívida do terceiro mundo
Reunidos na cidade alemão de Colónia, os sete países mais ricos do mundo decidiram perdoar um quarto da dívida externa dos 41 países mais pobres do mundo, no valor de 65 mil milhões de dólares (mais de 12 mil milhões de contos).
Em contrapartida,
exige-se aos países beneficiados «um compromisso claro no
sentido de avançar com as reformas (económicas e estruturais
segundo as directrizes do Fundo Monetário Internacional e do
Banco Mundial) e de lutar contra a pobreza».
Este perdão é considerado «insuficiente» por várias
organizações, que acusaram o G7 de «inflaccionar» a
iniciativa com diversos truques.
«O valor que foi dado a conhecer - contado em termos reais e se
se descontar o que foi aprovado em outras reuniões, parte da
dívida que se deixou de pagar e outros truques - equivale a
muito menos», adiantou Seth Amgott, porta-voz da associação
Oxfam, acrescentando que seria necessário pelo menos o dobro da
quantidade aprovada para o futuro poder ser encarado com
optimismo.
Colónia e Londres foram palco de diversas manifestações, que
juntaram milhares de pessoas contra o G7 e as suas políticas
económicas. Os manifestantes protestaram contra as
consequências negativas da globalização e exigiram o perdão
real das dívidas. Músicos como Bono Vox (vocalista dos U2), Bob
Geldof e Youssou NDour participaram nas iniciativas.
A dívida externa atinge em média 70 por cento da economia
nacional em África, 40 por cento na América Latina e Caribe e
30 por cento na Ásia. Cerca de 45 por cento do dinheiro foi
emprestado pelo Japão, 25 por cento pela França e 15 por cento
pela Alemanha.