Solidariedade
da CGTP
com as mulheres da Filda
A União dos Sindicatos de Braga anunciou que o plenário público de dirigentes e activistas, convocado para ontem em Riba DAve, com a presença de Carvalho da Silva, iria deslocar-se à Filda, em solidariedade com onze trabalhadoras que, desde Fevereiro, resistem à mudança de horário e às pressões da gerência. O plenário, que contou com o apoio expresso da Inter-Reformados, irá também à delegação da Inspecção do Trabalho em Vila Nova de Famalicão.
A Filda propôs a
onze trabalhadoras a rescisão dos contratos de trabalho que
tinham com aquela fábrica têxtil, algumas há mais de 26 anos.
Como a rescisão foi recusada, a empresa decidiu transferi-las
para o turno da madrugada (das 22 horas às 6 da manhã),
alegando razões de gestão - que foram denunciadas pela CDU, na
Assembleia Municipal, como tentativa de «obter, através do
desgaste físico, psicológico e económico, a aceitação» da
proposta de rescisão.
As onze mulheres recusaram a mudança de turno e continuaram a
apresentar-se, sempre à hora normal, mas desde 10 de
Fevereiro não são autorizadas a entrar nas instalações,
pelo que passaram a cumprir o horário junto aos portões.
Desde essa data, também deixaram de lhes ser pagos os salários
e a todas têm sido marcadas faltas injustificadas.
Face a esta situação, a 23 de Abril, a IGT instaurou um
processo à Filda por violação do direito ao salário. Na
semana passada, noticiou a Lusa, a Inspecção do Trabalho, com
base num parecer da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no
Emprego, accionou mais dois processos à fábrica de fiação, um
por discriminação sexual e outro por impedimento da prestação
efectiva do trabalho, associado à alteração unilateral dos
horários acordados individualmente.
Na última reunião da Assembleia Municipal de Famalicão, a 25
de Junho, a CDU apresentou nova proposta, reafirmando a
solidariedade política expressa na sessão de 26 de Fevereiro,
exprimindo apreensão pela situação das trabalhadoras e
doando-lhes o valor correspondente às senhas de presença dos
deputados municipais «no sentido de mitigar algumas das
carências materiais que as possam afectar, embora se reconheça
que esta atitude não resolve o problema, cuja solução é
política e jurídica».