Kosovo
Êxodo
sérvio
Mais de 100 000 sérvios e outros não-albaneses fugiram do Kosovo desde meados de Junho. O alerta é da ministra jugoslava encarregada dos refugiados e da ajuda humanitária, Bratislava Morina, que numa carta enviada a Sadako Ogata, a responsável máxima do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), responsabiliza esta agência da ONU pelo êxodo.
«Foi a falta de
cooperação e de coordenação com as autoridades jugoslavas que
levou à entrada incontrolada de refugiados albaneses da Albânia
e da Macedónia» e originou «o êxodo do Kosovo de 100 000
sérvios, montenegrinos e roms», escreveu a ministra jugoslava,
citada pela Lusa.
Morina lamenta ainda que Ogata não tivesse informado Belgrado da
sua visita ao Kosovo na passada terça-feira. A deslocação foi
anunciada em Genebra pelo ACNUR.
O ACNUR reconhece que terão deixado a província mais de 70 000
pessoas, por motivos de segurança.
Transformado de facto num protectorado internacional, o Kosovo
está a partir de agora sob a alta autoridade de Bernard
Kouchner, o representante especial das Nações Unidas para
administração provisória do território. Kouchner é
coadjuvado pelo norte-americano Jack Covey, antigo alto
representante adjunto para a Bósnia e um dos protagonistas dos
acordos de Dayton.
Nas suas primeiras declarações, Bernard Kouchner afirmou que
«é necessário reconstruir o país pensando em primeiro lugar
no regresso dos refugiados», sublinhando «que é preciso que
eles possam estar em segurança nas respectivas casas e dispor de
um mínimo de alimentos, de cuidados de saúde». Para levar a
cabo a sua função, Kouchner terá de se haver, entre muitos
outros problemas, com a omnipresença do UKC e das mafias
albanesas que entraram no território e estão a espalhar as suas
redes por toda a província.