Trabalhadores em
luta na Norporte
Por
salários em dia
e pela defesa dos postos de trabalho
Os cerca de 480 trabalhadoras da fábrica de confecções Norporte, em Alhos Vedros (Moita), têm vindo a manifestar-se junto às instalações da empresa, no início de cada período de trabalho, pelo pagamento de salários e pela viabilização da empresa. Sexta-feira passada os trabalhadores receberam a solidariedade do Coordenador da CGTP-IN, Carvalho da Silva, que se deslocou ao local.
Em causa estão os
salários em atraso bem como a perspectiva de despedimento de
trabalhadores, alguns deles membros da mesma família, em
consequência de dificuldades alegadas pela administração em
assegurar a consolidação e relançamento da empresa, não
obstante a alta tecnologia instalada, a sua capacidade produtiva
e os financiamentos que foram anunciados numa reunião entre os
membros da administração da Norporte e a Câmara Municipal da
Moita, realizada em Abril.
As trabalhadoras da Norporte ainda não receberam o salário do
mês de Junho nem o subsídio de férias e, segundo o
sindicalista Domingos Rodrigues, da USS (União de Sindicatos de
Setúbal), «tudo indica que também não vão receber o salário
do mês de Julho».
Domingos Rodrigues revelou que tem havido reuniões diárias com
os administradores da Norporte que justificaão da empresa, que,
entretanto, «já beneficiou de diversos apoios de centenas de
milhares de contos».
A União de Sindicatos de Setúbal entende que se trata de uma
razão mais do que suficiente para justificar a intervenção do
Ministério da Economia, no sentido de garantir uma solução
para o problema.
O protesto contra os salários em atraso começou no início da
passada semana, com uma greve parcial por tempo indeterminado -
duas horas de manhã e uma hora e meia durante a tarde - e com
diversas acções de rua, que têm contado com o apoio da
população e com um «buzinão» de solidariedade de muitos
automobilistas.