JCP reclama medidas contra toxicodependência
A JCP exige que o Governo assuma uma postura empreendedora em relação ao tráfico de drogas, ao branqueamento de capitais e à prevenção do consumo e ao tratamento e reinserção dos toxicodependentes.
Numa conferência de
imprensa realizada recentemente após a visita a dois
estabelecimentos de reclusão do Porto - o Estabelecimento
Prisional de Custódias e o Colégio Corpus Christi - com o
objectivo de observar de forma directa as dificuldades
encontradas nestas instituições nas áreas da
toxicodependência e do tráfico de estupefacientes, os jovens
comunistas defendem que «os insucessos na área do tratamento de
abuso de drogas justificam a existência de estruturas» que
intervenham nos problemas associados.
«A problematização que existe em torno do consumo e tráfico
de drogas não deve ser encarada de forma solitária, precisando
de ser enquadrada política e socialmente. Efectivamente, a
sociedade capitalista e as suas contradições são o fio da
meada de um número crescente de problemas sociais em que se
insere a toxicodependência. Concluindo que «os esforços a
nível de prevenção, tratamento e redução de riscos são
valiosos e devem ser rentabilizados», a JCP sublinha a
necessidade de generalizar as políticas de combate à
toxicodependência no meio prisional.
«Apesar da nova legislação tutelar de menores revelar uma
tendência para a diferenciação das problemáticas que afectam
os menores, verifica-se ainda a insistência e até o agravamento
do aspecto punitivo que visa recondicionar coercivamente o
comportamento dos jovens sob tutela jurídica», consideram os
jovens comunistas.
A JCP chama a atenção para o facto de não existir «uma real
política preventiva que corresponda às necessidades sentidas,
estando esta limitada a acções pontuais, sem continuidade e
dirigidas quase exclusivamente a uma população escolar».
Quanto ao tratamento, «continuamos a deparar-nos com uma
promiscuidade de modelos e instituições, que, por não serem
alvo de medidas eficazes de avaliação e fiscalização, dão
azo à proliferação de instituições privadas, exploradoras
das necessidades dos toxicómanos e suas famílias. A rede
pública continua a ser claramente insuficiente, não existindo
meios logísticos e humanos proporcionais à elevada procura, com
as consequentes listas de espera.»
Os jovens comunistas referem ainda que a sociedade portuguesa
assiste a uma confusão conceptual: «apesar de enunciar o abuso
de substâncias ilícitas como uma doença, assiste-se ainda a
uma disseminação da relação directa e casual
toxicómano/criminoso.»