Luísa Araújo encabeça lista da Guarda
Luísa Araújo, membro do Secretariado e da Comissão Política do PCP, é a cabeça de lista da CDU pelo círculo da Guarda. Uma tarefa que a dirigente comunista aceitou com entusiasmo, como teve oportunidade de afirmar no acto da apresentação da sua candidatura, ocorrida na segunda-feira passada.
Com 51 anos de
idade, Luísa Araújo é membro do PCP desde 1971 e integra o seu
Comité Central desde 1979. Entre 1974 e 1983 pertenceu à
Direcção da Organização Regional de Setúbal.
No PCP tem assumido a responsabilidade da intervenção em
várias áreas sectoriais, designadamente na área da Igualdade,
dos Direitos das Mulheres e da Intervenção no Movimento
Feminino, intervindo nesse âmbito em diversos seminários e
conferências. Foi responsável pela edição de várias
publicações do PCP.
Actualmente é responsável pelas questões da Infância e pela
área da Juventude.
No lançamento da cabeça de lista, João Abreu, responsável do
PCP no distrito da Guarda, explicou as razões da candidatura
pelo distrito «de um dos mais altos responsáveis do Partido»:
porque na «significativa batalha política», que constituem as
próximas eleições legislativas, «vão estar em discussão
não apenas os lídimos interesses específicos do distrito, mas
também a política global a realizar no país, nos próximos
quatro anos». O que, naturalmente, exige «um domínio profundo
das matérias em discussão e uma capacidade de intervenção
política assente no conhecimento absoluto das propostas
programáticas e políticas da CDU e na capacidade da sua
explicação aos eleitores».
Mas os comunistas da Guarda sentem-se ainda honrados em ter como
cabeça de lista «uma mulher da dimensão humana e política»
de Luísa Araújo, «lutadora infatigável e de sempre pelos
direitos das mulheres e das suas causas».
Para João Abreu, a CDU da Guarda «parte para estas eleições
com a consciência do dever cumprido», pois não tendo eleito
qualquer deputado por este círculo eleitoral, foram os seus
deputados os que mais propostas levaram à Assembleia da
República, visando a resolução dos graves problemas sociais e
estruturais do distrito. O que não se verificou com as outras
forças políticas, designadamente com o partido do Governo, o
PS, que trouxe para o distrito «muito pouco do que tinha
prometido».
Por seu lado, Luísa Araújo expressou a vontade a CDU de
estreitar a ligação aos eleitores e aprofundar o conhecimento
das realidades distritais, no sentido de apresentar na Assembleia
da República propostas para a resolução dos seus problemas.
A cabeça de lista da CDU promete ainda combater a «confusão
instalada das guerras e guerrilhas que desviam as atenções
daquilo que é o essencial», alertando para o facto de a
expressão que se ouve em relação aos políticos de que «são
todos iguais» ser fomentada «por quem pretende esconder as
diferenças» de objectivos, de orientação e de actuação que
existem entre as várias forças políticas. «É necessário
juntar o que é igual ao igual e distinguir o que é diferente»,
sublinhou, enunciando os resultados das políticas do PS e do
PSD, práticamente iguais em tudo o que é essencial, que atingem
de forma extremamente negativa também o distrito da Guarda.
O distrito tem contudo potencialidades que a CDU se propõe
valorizar e desenvolver, designadamente ao nível da agricultura,
da indústria de lanifícios e têxtil, da beleza natural e
património histórico e cultural que possui.
Na última legislatura, os deputados do PCP e do PEV
deslocaram-se ao distrito e aprofundaram o conhecimento das suas
realidades, levando à Assembleia da República alguns dos
problemas e reivindicações das suas populações e
instituições. Elas não foram, porém, aprovadas por
responsabilidade particular do PS e dos seus deputados pela
Guarda, que votaram contra.
É, pois, urgente colocar na Assembleia da República uma voz que
defenda os interesse do distrito, a voz da CDU. Essa é, aliás,
a aposta que a CDU faz no distrito mas cuja realização está
dependente da confiança que os eleitores lhe manifestarem. Uma
confiança a que Luísa Araújo terminou apelando.