Venezuela
Partidários de Chávez
com maioria na Constituinte

O «Polo Patriótico», organização que reúne os apoiantes do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, alcançou domingo 66,4 por cento dos votos nas eleições para a Assembleia Constituinte. Com esta inequívoca vitória, os partidários de profundas reformas no regime venezuelano conquistaram 119 dos 131 lugares da nova Assembleia, que Chávez pretende ver transformada no supremo poder do Estado.

Os partidos social-democrata (AD) e democrata-cristão (COPEI), na oposição, temem agora a dissolução do Congresso (último reduto onde dispõem ainda de maioria) e do Supremo Tribunal, o que no seu entender equivaleria tecnicamente a um golpe de Estado.
Desde a sua chegada à presidência, em Dezembro último, Chávez vem defendendo a necessidade de profundas mudanças do regime político do país, que nos últimos 40 anos se caracterizou pela alternância no poder dos partidos tradicionais e é responsável, na sua opinião, pela ruína a que chegou a Venezuela.
«Este processo não tem marcha atrás», disse Chávez ao exercer o seu direito de voto. «Nem o presidente da República, nem o Congresso, nem o Supremo Tribunal podem pretender estar acima ou colocar numa situação de subordinação uma Assembleia soberana», acrescentou, o que foi entendido como uma ameaça de morte ao actual regime.
A oposição considera que a única tarefa legítima da Assembleia Constituinte é a elaboração da nova Constituição a qual, após ser aprovada em referendo popular, substituirá a Constituição de 1961 e as instituições dela emanadas.