Crónica do Nordeste
0s 10 pecados do PS no distrito
de Bragança


Desde há 4 anos que o Partido Socialista é poder, tendo martelado e bombardeado as populações com uma campanha propagandística sem precedentes (nem Cacavo Silva/PSD soube fazer tão bem), procurando iludir a opinião pública.
Bragança, mais uma vez, é a principal vítima. Não é aceitável nem admissível que, depois de tantas juras e promessas, o Governo PS tivesse deitado ao esquecimento o Nordeste Transmontano, com a total e empenhada conivência dos responsáveis locais deste partido. Os socialistas ficam ligados a um dos períodos mais negros, que já vem dos anos do Soarismo/Cavaquismo.
Foi, efectivamente, no Bloco Central de triste memória (governo de Coligação entre o PS e o PSD) que foi destruída a Linha do Tua, pela mão de um ministro do PS, Rosado Correia.
Depois das promessas feitas em 1995, esperar-se-ia um sério apoio ao investimento público e privado na região. O que se verificou foi exactamente o contrário. Têm continuado infelizmente as mesmas políticas, de forte investimento no litoral e desprezo e «esquecimento» do interior.
Chegados a 1999, a situação é preocupante. No importantíssimo domínio das acessibilidades e outras vias de comunicação quase nada avançou. O mesmo se pode dizer em relação a sectores considerados fundamentais como a agricultura e valorização dos produtos de qualidade, a indústria, o comércio, os serviços, o turismo, etc.
Assim e num breve relance sobre as promessas socialistas pode dizer-se que o PS cometeu, pelo menos, 10 pecados em relação ao distrito de Bragança.

1.º Pecado – O Primeiro-Ministro, António de Guterres, na sua 1.ª «governação aberta», veio a Bragança prometer 100 milhões de contos para 4 anos. Está a terminar o mandato e ninguém consegue ver o resultado da aplicação de tão elevada verba.

2.º Pecado – O ministro da Agricultura garantiu «a pés juntos» que o Regadio e o Plano Integrado do Vale da Vilariça seriam uma realidade. Afinal tudo não passou de «uma realidade virtual».

3.º Pecado – A rede de gás natural não foi extensiva ao nosso distrito. Como se sabe, trata-se de energia mais barata e não poluente.

4.º Pecado – A construção de uma nova linha de caminho-de-ferro com ligação à Espanha nem sequer está em projecto.

5.º Pecado – A construção da IP2 e da IC30 não viram um quilómetro sequer construído e a IP4 não foi concluída, para além de continuar sem serviços de apoio, numa extensão de cerca de 150 km (Amarante/Bragança).

6.º Pecado – O alargamento da pista do aeródromo de Bragança para 1500 metros não foi concretizada.

7.º Pecado – A Universidade de Bragança não foi criada.

8.º Pecado – A Delegação da Polícia Judiciária de Bragança não abriu.

9.º Pecado – Os perigos de instalação de um cemitério nuclear em Aldeiadávila não foram afastados, antes pelo contrário, e o convénio luso-espanhol sobre os recursos hídricos comuns, não defende os interesses portugueses, podendo afectar gravemente a nossa região.

10.º Pecado – As áreas protegidas continuam sem um plano de ordenamento, o mesmo é dizer – continuam ao «Deus dará». Assim como a tão prometida remoção dos resíduos tóxicos, existentes nas Minas de Argoselo, e o buracos e chaminés das Minas de Montesinho, que já fizeram uma vítima mortal, continuam sem solução à vista.

Entretanto, como se aproxima o período de campanha eleitoral, é certo e sabido que os ministros, secretários de Estado, directores gerais e parciais, todos os comissários políticos do Governo rosa, que enxameiam as repartições oficiais, descerão ao povoado, à aldeia, à vila e à cidade apregoando e prometendo o paraíso, agora, para o próximo mandato.
Pela parte que nos toca, tudo faremos para estar prevenidos e imunizados contra os vendedores da «banha da cobra», dado recusarmos vivermos numa «república das bananas». — José Brinquete


«Avante!» Nº 1339 - 29.Julho.1999