Governo esqueceu o Alentejo


«O Governo PS continua de costas viradas para o Alentejo», concluiu a Direcção Regional do Alentejo do PCP, depois de analisar alguns aspectos da situação económica e social da Região.

A confirmar os alertas que tem lançado, o PCP invoca o estudo da Eurostat que revela o afastamento cada vez maior que existe entre o Alentejo e as outras regiões da Europa. O Alentejo apresenta-se como a região com a maior tendência de desertificação nos próximos anos, confirmando o cenário mais pessimista do estudo da CCRA, de continuação da perda de 4 a 5 mil habitantes por ano. O que, a prosseguirem as actuais políticas, levará a que até 2025 o Alentejo tenha perdido mais 100 mil habitantes.
Ao mesmo tempo, as contas regionais do Instituto Nacional de Estatística, recentemente publicadas, continuam a situar o rendimento das famílias alentejanas no escalão mais baixo do País, com uma diferença de 34 pontos em relação a Lisboa e Vale do Tejo.
Apesar desta situação, o Governo optou por não instalar no Alentejo uma das duas faculdades de medicina criadas; considerar a instalação do novo aeroporto na Ota; manter as Pirites Alentejanas sem laborar; atrasar por mais quatro anos a utilização da BA11 para fins civis ou, ainda, privar o Programa Operacional do Alentejo dos 25 milhões de contos reclamados pelas autarquias.
Enfim, para o PCP, o Alentejo foi mais uma vez palco de muitas visitas do primeiro-ministro, de ministros e secretários de Estado, ouviu muitas promessas, mas «ficou para trás face ao resto do País».
É, pois, esta realidade que «o povo alentejano deve ter presente quando for votar no próximo dia 10 de Outubro». Uma realidade que só o reforço da CDU pode alterar.


«Avante!» Nº 1339 - 29.Julho.1999