Setúbal
Marasmo
no concelho
Os vereadores da CDU na Câmara Municipal de Setúbal, em avaliação recente à actuação da maioria PS, concluíram pela necessidade de pôr termo às promessas «vãs e irresponsáveis» do PS porque «há limites para a paciência» e «Setúbal não pára»... mas é de «perder condições de desenvolvimento».
Segundo a CDU, o tom
das promessas tem-se elevado, nos últimos meses, a par da
arrogância e do «secretismo e opacidade» em torno de grandes
projectos que, devendo há muito estar concluídos, voltam agora
a ser prometidos.
São os casos da Zona Ribeirinha (urbana e portuária), da
revisão do PDM, dos projectos de equipamentos escolares e
desportivos, dos centros de saúde de S. Sebastião e Azeitão,
da recuperação do centro histórico e bairros históricos e da
concretização do Parque Verde da Algodeia.
Entretanto, o Presidente da Câmara, Máta Cáceres, rodeia-se de
pessoas da sua estrita confiança, sem qualquer respeito pelas
regras de recrutamento, e coloca-as estrategicamente, ignorando
qualquer forma de gestão participada, pretendendo com as
promessas em que se desdobra «disfarçar o marasmo e a
degradação a que se chegou em muitas áreas do concelho».
No plano da habitação, por exemplo, faltam ainda alojar 300
famílias das 1370 recenseadas no âmbito do PER assinado em
1993, sendo notória a má construção das casas já entregues,
o património habitacional recebido da administração central
encontra-se em estado de conservação lamentável; os Bairros
Azul e Amarelo da Bela Vista carecem de reparações urgentes,
com janelas que não podem abrir devido à humidade, varandins
apodrecidos e esgotos a céu aberto.
A mesma desolação se pode sentir nos Bairros da Liberdade,
Humberto Delgado e 2 de Abril - com casas abandonadas e zonas
envolventes degradadas - ou nos bairros periféricos sociais ou
particulares de construção recente.
Entretanto, os maus resultados obtidos pelo PS em Setúbal
levaram a que Máta Cáceres, imediatamente após a tomada de
posse do Governo socialista - e com a ajuda deste - prometesse
obras na Zona da Bela Vista em terrenos do IGAPHE, no valor de 10
milhões de contos, obras que, na opinião da CDU, «deveriam ser
feitas pelo próprio Governo, já que não são mais que as obras
de urbanização de um loteamento».
Porém, dessas promessas e de tanto dinheiro ficaram apenas
«belas estradas onde não passam pessoas» ao lado de «estradas
cheias de buracos junto dos bairros e zonas habitadas». Porque
os esgotos das Manteigadas continuam a céu aberto e as suas
infraestruturas e arranjos exteriores em «banho-maria»; o
Pavilhão Gimnodesportivo e a Piscina estão por abrir e o Campo
da Bela Vista, destinado aos Amarelos, não funciona.
Ou seja, apesar do «autoproclamado elogio» aos serviços de
urbanismo, reina em todo o concelho a desorganização, um
desenfreado índice de construção e a «incoerência
urbanística», mesmo nas zonas de preços mais elevados.
Os vereadores da CDU não querem, pois, ser «cúmplices do
marasmo e do desarranjo» da gestão PS na autarquia pelo que, a
par da sua denúncia, prometem continuar a pautar a sua acção
pela necessidade de transformar Setúbal e a contribuir para que
a gestão da Câmara «seja mais eficiente, voltada para o
interesse público e respeitadora dos compromissos assumidos».