Informáticos
em Viseu
pararam a 100 por cento
A greve desta semana dos informáticos do serviço sub-regional de Viseu da Segurança Social, manteve segunda e terça-feira um índice de adesão de cem por cento, informou a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública. A participação na luta verificou-se «apesar das intimidações, consubstanciadas, quer num "parecer" do director-geral das Condições de Trabalho, quer também em contactos individuais e intimidatórios com os trabalhadores», salienta a FNSFP/CGTP.
Nas instalações, denuncia a nota de imprensa anteontem divulgada, «foi afixado um aviso enganoso para os utentes, afirmando que os serviços não funcionariam até 30 de Agosto», o que nada tem a ver com a greve dos informáticos, que termina amanhã. A partir de segunda-feira, dia 16, o sistema estará em teste, para prevenir o «bug do ano 2000».
Motivos justos
As paralisações,
sectoriais e distritais, dos trabalhadores da informática da
Função Pública iniciaram-se a 26 de Julho e vão prosseguir
até Outubro, se antes o Governo não responder positivamente às
reivindicações que estão na origem do conflito. Embora
abrangendo também matéria salarial, as exigências têm a ver,
sobretudo, com a reestruturação das carreiras e a integração,
como informáticos, de todos os trabalhadores que desempenham
tais funções.
Um dirigente sindical adiantou, em declarações à Agência
Lusa, que há cerca de 800 trabalhadores informáticos
indevidamente classificados, chegando-se mesmo ao ponto de um
deles ser designado, no seu recibo de vencimento, como
encarregado de refeitório.
Mário Campos, do grupo coordenador sindical para o sector da
informática, alertou ainda para o facto de a Função Pública
estar a ficar sem quadros informáticos, que podem ganhar três
vezes mais em empresas privadas. Protestou igualmente contra a
muito elevada precariedade de emprego mantida pelo Estado.
É também reclamada pela FNSFP a reforma dos informáticos aos
55 anos de idade ou 30 de serviço, reconhecendo que se trata de
uma profissão de desgaste precoce.
No final deste mês, voltarão a paralisar, por uma semana, os
informáticos da Segurança Social de Castelo Branco, Aveiro e
Viana do Castelo, bem como os do Ministério da Saúde. Em
Setembro, a luta chegará ao Ministério das Finanças.